06 de jul 2025

Cacau guatemalteco se destaca como símbolo de resistência indígena e cultura local
Agricultores q’eqchi da Guatemala aumentam renda com nova planta agroindustrial que exporta cacau de alta qualidade.
Concepción Yat Rax, junto a cacaoteros da associação ASIPASM, com sua nova colheita para exportação. (Foto: ANDRÉS SUÁREZ JARAMILLO)
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Recentemente, agricultores q’eqchi da Guatemala, liderados por Marvin López, inauguraram uma planta agroindustrial em Alta Verapaz, permitindo a exportação de cacau de alta qualidade. Essa iniciativa resultou em um aumento significativo nos preços pagos aos produtores, que antes enfrentavam a exploração de intermediários.
Historicamente, o cultivo de cacau na região foi marcado pela pobreza e falta de regulação. Concepción Yat Rax, uma agricultora de 57 anos, relata que os intermediários costumavam pagar apenas 3 quetzales por libra de cacau fresco, o que correspondia a cerca de 40 centavos de dólar. A desconfiança em relação a esses intermediários é profunda, refletindo uma história de exploração e exclusão dos indígenas q’eqchi.
A nova planta, inaugurada em 18 de junho, foi construída com um investimento de 1,2 milhões de dólares, sendo 40% doados por ONGs e o restante financiado. Com capacidade para produzir até 200 toneladas métricas de pasta de cacau por ano, a planta já vendeu 100 toneladas para a empresa francesa Ethiquable, que fabrica chocolate de origem.
O impacto econômico é visível: Concepción agora recebe 14 quetzales por libra de cacau, quase dois dólares, um aumento de 4,5 vezes em relação ao que ganhava anteriormente. Marvin López destaca que, embora a planta não resolva todos os problemas, ela contribui para melhorar a situação dos agricultores, oferecendo uma alternativa viável ao sistema de intermediários.
A nova planta representa uma esperança para os agricultores da região, que agora podem participar de um mercado global e receber preços justos por seu produto.
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