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08 de jul 2025

Madeireiros ilegais exploram crédito de carbono e ameaçam a Amazônia

Investigação aponta que projetos de créditos de carbono no Brasil favorecem proprietários com histórico de desmatamento ilegal, comprometendo a credibilidade do mercado.

Troncos de árvores são vistos durante operação de combate ao desmatamento por agentes do Ibama em Porto Velho, Rondônia. (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Troncos de árvores são vistos durante operação de combate ao desmatamento por agentes do Ibama em Porto Velho, Rondônia. (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

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O mercado de créditos de carbono no Brasil enfrenta sérias acusações de irregularidades. Uma investigação revelou que muitos projetos de preservação da Amazônia beneficiam proprietários autuados por desmatamento ilegal. A análise de 36 projetos, realizada pela Reuters, identificou que 24 deles envolviam participantes punidos pelo Ibama por infrações ambientais.

As infrações incluem desde a destruição de florestas sem autorização até o transporte de madeira sem licenças. Esses projetos atraem investimentos globais, com empresas buscando compensar suas emissões de gases de efeito estufa. No entanto, a descoberta de que muitos beneficiários têm histórico de desmatamento levanta questões sobre a integridade do mercado.

Em 20 dos projetos analisados, os principais participantes já haviam sido multados pelo Ibama antes de serem registrados como projetos de crédito de carbono. Raoni Rajão, ex-diretor do programa de combate ao desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, afirmou que o mercado pode estar financiando grupos envolvidos em atividades ilegais. Ele destacou que, embora haja redução do desmatamento em algumas áreas, isso pode ser compensado por aumentos em outras.

O Brasil, que perdeu cerca de 20% de sua cobertura florestal nos últimos 50 anos, tem um histórico de multas rigorosas para controlar o desmatamento. O mercado voluntário de carbono, que movimentou US$ 7,6 bilhões globalmente nos últimos cinco anos, depende de projetos que comprovem a redução de emissões. No entanto, a análise da Reuters revelou que alguns projetos podem estar encobrindo práticas ilegais.

Ricardo Stoppe Junior, um dos principais nomes do mercado de créditos de carbono, foi preso em 2024 por liderar um esquema de extração ilegal de madeira. Ele se autodenominava o maior empresário de créditos de carbono do mundo, apesar de ter um histórico de autuações por desmatamento. A investigação aponta que seus projetos foram usados para financiar atividades criminosas, como a falsificação de documentos e a extração ilegal de madeira.

O governo brasileiro, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, busca estabelecer um mercado de carbono regulado, visando fortalecer a integridade do setor. A proposta inclui a restauração de biomas degradados, em vez de apenas compensar o desmatamento. As descobertas recentes sobre o mercado voluntário de carbono ressaltam os desafios que o Brasil enfrenta na implementação de um sistema eficaz e transparente.

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