Setor de proteínas se destaca como a principal aposta do agro, aponta Itaú BBA

O setor agropecuário brasileiro enfrenta um cenário misto, com desafios persistentes e oportunidades emergentes. Cesar Castro Alves, gerente da Consultoria Agro do Itaú BBA, destacou em evento em São Paulo que, apesar das dificuldades dos últimos dois anos, como altas taxas de juros e aumento nos custos de insumos, há um ciclo positivo para a suinocultura e avicultura.

Alves observou que, mesmo com a pressão dos custos, a suinocultura se destaca com margens elevadas e um crescimento nas exportações, que aumentaram cerca de 15% no acumulado do ano. O Brasil tem conquistado novos mercados, como Filipinas, México, Chile e Vietnã. A combinação de uma boa oferta de milho e preços baixos de farelo de soja tem contribuído para essa performance. Historicamente, quando as margens são boas, a produção tende a aumentar, mas atualmente a oferta está sob controle.

Avicultura em Recuperação

No setor avícola, o cenário também é otimista, apesar de recentes focos de gripe aviária. A margem do frango, que havia caído devido à desvalorização do produto, já apresenta sinais de recuperação. O relatório Visão Agro 2025/26, divulgado pelo Itaú BBA, prevê um segundo semestre melhor para as exportações, impulsionado pela demanda interna e pela diminuição dos custos de ração.

A consultoria projeta que a avicultura manterá margens operacionais saudáveis, com custos mais controlados e uma demanda global aquecida. A estabilidade sanitária do Brasil, após a autodeclaração de livre da gripe aviária, deve favorecer as exportações futuras.

Carne Bovina e Tendências de Mercado

A carne bovina também se beneficia de um ciclo favorável, com custos mais baixos e uma demanda crescente, especialmente em um contexto de queda de produção nos Estados Unidos e na Austrália. O Itaú BBA ressalta que os spreads da indústria dependerão da manutenção de boas exportações e da gestão disciplinada de custos.

Além disso, a colheita de milho safrinha e a oferta crescente de farelo de soja, impulsionada pela produção de biodiesel, contribuem para um cenário mais favorável. O etanol de milho e o DDG, subproduto da moagem, também têm ganhado destaque, aumentando a competitividade das proteínas no mercado.