Puma enfrenta queda histórica de ações após lucros decepcionantes e cortes de custos

As ações da Puma enfrentaram uma queda significativa de até 19% nas negociações em Frankfurt, após a divulgação de lucros abaixo do esperado e o adiamento das metas de lucratividade. A empresa anunciou cortes de custos e rebaixou sua orientação de margem de lucro, buscando alcançar 8,5% até 2027, em comparação com a meta anterior de 2025. O CEO Arne Freundt está tentando revitalizar a marca, que viu um crescimento expressivo antes de sua gestão, mas que estagnou desde então.

A situação da Puma contrasta com a da Adidas, que reportou lucros robustos no quarto trimestre, impulsionados pela demanda por tênis retrô, resultando em um aumento de mais de 50% nas ações da rival nos últimos doze meses. Enquanto a Puma enfrenta desafios, a Adidas está revisando sua estrutura organizacional, o que pode levar a cortes de até 500 empregos em sua sede, mas com foco na redução da complexidade, não necessariamente em cortes de custos.

Freundt tem tentado reposicionar a Puma no mercado superior, priorizando produtos de maior valor, como equipamentos de futebol e basquete. No entanto, essa estratégia resultou na eliminação gradual de ofertas mais baratas, o que pode ter impactado as vendas. A falta de reconhecimento de Freundt entre investidores e consumidores, em comparação com seu antecessor Bjorn Gulden, também é um fator que contribui para a situação atual da marca.

Além disso, a Puma não conseguiu capitalizar rapidamente a tendência de tênis retrô, que a Adidas abraçou com sucesso. O lucro antes de juros e impostos da Puma foi de € 109 milhões (aproximadamente US$ 114 milhões) no quarto trimestre, abaixo das expectativas de € 131 milhões. O lucro líquido de € 24 milhões também decepcionou, levando analistas a preverem uma redução nas estimativas de lucros para 2025, o que pode impactar ainda mais o desempenho das ações.