31 de mai 2025
Sónia Martins lidera projeto para recuperar cepas nativas de vinho no Dão
Sónia Martins, da Lusovini, lidera projeto para recuperar uvas nativas no Dão, enquanto produção de vinho em Portugal cai 8%.
Um dos vinhedos da empresa Lusovini, criadora da marca Pedro Cancela, em Portugal. (Foto: Divulgação/Lusovini)
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Ao ritmo do fado, a cantora Amália Rodrigues exaltou o vinho português em suas canções, reconhecendo sua relevância cultural. A enóloga Sónia Martins, da vinícola Lusovini, é uma das responsáveis pela preservação das tradições vitivinícolas do país. Atualmente, Sónia lidera um projeto no Dão para recuperar doze variedades nativas de uvas, replantando vinhedos e testando novas técnicas de cultivo.
Na safra 2024/25, a produção de vinho em Portugal caiu oito por cento, totalizando 690 milhões de hectolitros. A região do Dão, por sua vez, registrou uma queda de 23,9%, produzindo 21,4 milhões de litros. O Brasil se destaca como um dos principais importadores, adquirindo 5,7 milhões de litros entre janeiro e março deste ano.
Sónia Martins está comprometida em revitalizar cepas ameaçadas de extinção devido a problemas climáticos e à idade dos vinhedos. Em parceria com o Centro de Estudos Vitivinícolas do Ministério da Agricultura de Portugal, a enóloga replantou oito hectares na fazenda Vinha da Fidalga, onde as novas variedades estão sendo monitoradas por cinco anos. “O projeto visa manter o perfil e a identidade dos vinhos do Dão”, afirma Sónia.
A enóloga, que começou sua carreira na área rural da Bairrada, desenvolveu um cultivo de proteção integrada, utilizando oliveiras e pinheiros para melhorar a qualidade do solo. “Sou uma mulher de aldeia e do campo”, define Sónia, que já trabalhou em projetos internacionais, incluindo a criação de vinhos no Brasil.
A marca Pedra Cancela, originária da fazenda Fidalga, será utilizada para testar os vinhos das uvas recuperadas. Sónia planeja engarrafar vinhos jovens, sem passagem por barrica de carvalho, para entender melhor as características das novas cepas. O trabalho de recuperação começou em 2022 e seguirá pelos próximos cinco anos, com foco na adaptação das uvas às condições locais.
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