Kate Crawford e Vladan Joler são cartógrafos inovadores que exploram a interseção entre tecnologia e poder. Crawford, consultora de governos sobre desenvolvimento de inteligência artificial, participou de uma cúpula em Paris antes de se encontrar com Joler, que leciona na Sérvia, onde uma revolução social está em andamento. Juntos, lançaram o projeto Calculating Empires, que […]
Kate Crawford e Vladan Joler são cartógrafos inovadores que exploram a interseção entre tecnologia e poder. Crawford, consultora de governos sobre desenvolvimento de inteligência artificial, participou de uma cúpula em Paris antes de se encontrar com Joler, que leciona na Sérvia, onde uma revolução social está em andamento. Juntos, lançaram o projeto Calculating Empires, que examina a relação entre tecnologia e imperialismo desde 1500, em uma exposição no LABoral Center, em Gijón, Espanha.
O trabalho, descrito como um “ensaio visual”, é um mapa de 24 metros que ilustra séculos de expansão e controle tecnológico. Crawford destaca que a obra serve como uma “pedra de Rosetta” para entender as dinâmicas de poder contemporâneas, incluindo as lideranças de figuras como Donald Trump e Elon Musk. A exposição também questiona a arquitetura atual dos processos de inovação, enfatizando a necessidade de tecnologias éticas e sustentáveis.
A relação entre Crawford e Joler começou há uma década, quando discutiram a infraestrutura que sustenta a tecnologia em um workshop. Joler, que já trabalhava para desmistificar as “caixas pretas” tecnológicas, e Crawford, cofundadora do AI Now Institute, colaboraram em projetos anteriores que analisam o impacto ambiental e social da inteligência artificial. Calculating Empires foi premiado com o S+T+ARTS Award da União Europeia, destacando sua relevância no debate sobre tecnologia e poder.
Enquanto isso, na Sérvia, os protestos iniciados após um colapso de infraestrutura revelaram uma nova forma de ativismo entre os jovens. Joler observa que a comunicação entre os estudantes se dá por meio de aplicativos criptografados, evitando as mídias tradicionais. Essa mudança de estratégia reflete uma desconexão com os meios de comunicação convencionais, levando a um movimento que busca não apenas derrubar o governo, mas também preservar um espaço não político para a organização.
Entre na conversa da comunidade