03 de mar 2025
Salgueiro homenageia Quinho e explora fé, cangaço e malandragem no desfile
O enredo "Salgueiro de corpo fechado" explora fé e religiosidade brasileira. Influências africanas e do cangaço são centrais na narrativa do desfile. Carro com 3 mil litros de água homenageia orixás e rituais de proteção. Tributo ao intérprete Quinho destaca sua conexão com a cultura do samba. Alegoria da Escadaria Selarón traz arte e tradição, com azulejos feitos à mão.
Foto:Reprodução
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O enredo da escola de samba Salgueiro, intitulado “Salgueiro de corpo fechado”, abordará a fé e religiosidade dos brasileiros, abrangendo não apenas religiões de matriz africana. A temática do fechamento de corpo, que tem raízes no antigo Império do Mali, será explorada através de elementos como as “bolsas de mandinga”, que continham trechos do Alcorão e deram origem aos patuás e amuletos indígenas, além das lembranças vendidas no Pelourinho, em Salvador.
O desfile também fará referência ao cangaço, com a bateria fantasiada de Jesuíno Brilhante, considerado o primeiro cangaceiro. A narrativa incluirá lendas sobre Moreno, um cangaceiro que teria benzido um sinete que, segundo a tradição, estava no chapéu de Lampião no momento de sua morte. Ao final do desfile, a malandragem será destacada em um carro que homenageia a Escadaria Selarón, utilizando milhares de peças de espelhos cobertos por tinta vermelha, além de setenta azulejos feitos à mão por dez artistas.
O intérprete Quinho, que faleceu em 2024, será lembrado com a frase “Arrepia, Salgueiro”, um bordão que surgiu após ele buscar ajuda espiritual. O enredista Igor Ricardo mencionou que a escola foi orientada a realizar um ritual em todos os carros na saída do barracão. O carro do candomblé, que contará com esculturas de orixás, terá um reservatório para três mil litros de água, simbolizando a conexão com as tradições afro-brasileiras.
As letras do samba refletem a rica herança cultural, mencionando elementos como a proteção espiritual e a fé no poder do candomblé. Frases como “Bala de chumbo contra toda covardia” e “Meu terreiro é a casa da mandinga” ressaltam a força e a resistência da cultura popular, enquanto a escola se prepara para levar ao público uma celebração vibrante e cheia de significados.
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