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Mostra 'Arte subdesenvolvida' revela como a arte abordou fome e analfabetismo entre 1930 e 1980

A exposição "Arte subdesenvolvida" no CCBB explora arte e fome no Brasil. Curada por Moacir dos Anjos, apresenta obras de mais de 40 artistas. A "Canção do subdesenvolvido" é um hino das manifestações estudantis. Randolpho Lamonier contrasta a escassez com sonhos em sua instalação. A mostra reflete sobre a permanência da fome na cultura e política brasileira.

O curador Moacir dos Anjos e os parangolés de Hélio Oiticica (Foto: Guito Moreto)

O curador Moacir dos Anjos e os parangolés de Hélio Oiticica (Foto: Guito Moreto)

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A “Canção do subdesenvolvido”, composta por Carlos Lyra e Chico de Assis em 1961, tornou-se um hino das manifestações estudantis, destacando-se pelo refrão repetido “Era um país subdesenvolvido”. A música, que faz parte do espetáculo “Um americano em Brasília”, foi proibida após o golpe militar de 1964. Atualmente, ela é uma das atrações da coletiva “Arte subdesenvolvida”, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio, que já passou por São Paulo e Belo Horizonte. Com curadoria de Moacir dos Anjos, a exposição explora a situação de países periféricos da economia mundial entre os anos 1930 e 1980.

A mostra reúne obras de mais de 40 artistas, incluindo nomes como Portinari, Cildo Meireles e Lygia Clark, provenientes de acervos institucionais e coleções particulares. Moacir destaca que a exposição investiga como os artistas reagiram à ideia de subdesenvolvimento, um conceito que influenciou a cultura e a política na América Latina. A partir dos anos 1940, o debate sobre subdesenvolvimento ganhou força, com a criação de órgãos como a Sudene e o BNDES.

Um dos temas centrais da exposição é a fome, abordada em obras como “Enterro” e “Menina ajoelhada”, de Portinari, e a instalação “Monumento à fome”, de Anna Maria Maiolino. Além das artes visuais, a literatura também é representada, com obras de Rachel de Queiroz e Graciliano Ramos. Moacir observa que a fome, inicialmente retratada como um problema rural, evoluiu para uma questão estrutural, persistindo independentemente da nomenclatura adotada para os países.

Dividida em cinco núcleos temáticos, a exposição também destaca a participação de artistas em movimentos populares, como o Movimento de Cultura Popular (MPC) e o CPC da UNE. O artista Randolpho Lamonier, presente na mostra, criou a instalação “Sonhos de refrigerador – Aleluia século 2000”, que explora os sonhos das pessoas em contraste com a realidade da fome. Lamonier relata que, apesar da liberdade criativa, optou por abordar os sonhos, revelando tanto aspirações simples quanto profundas, refletindo a dura realidade de muitos.

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