Dealer e gallerist: entenda as diferenças entre esses papéis no mercado de arte

A Apple TV+ anunciou a produção de uma nova série chamada The Dealer, que explora a relação entre uma negociadora de arte, interpretada por Jessica Chastain, e seu artista mais talentoso e perturbador, vivido por Adam Driver. A série promete abordar as complexidades do mundo da arte contemporânea, onde a linha entre o genial e o inquietante pode ser tênue.

Além disso, o filme The Gallerist, que recentemente concluiu suas filmagens, traz no elenco Natalie Portman e Jenna Ortega. A trama gira em torno de uma gallerista desesperada que trama a venda de um cadáver durante a Art Basel Miami, levantando questões sobre a ética e o valor da arte. O enredo sugere que, assim como uma banana, até mesmo um corpo pode ser comercializado no mercado de arte.

A distinção entre um dealer e um gallerist é sutil, mas significativa. Dealers atuam tanto no mercado secundário, lidando com obras já vendidas, quanto no primário, enquanto gallerists se concentram exclusivamente no mercado primário, colaborando diretamente com artistas. Essa diferença é refletida na terminologia e na percepção pública, com alguns profissionais preferindo o termo "gallerist" para evitar a conotação negativa associada a "dealer".

Duas análises de perfis de artistas ao longo de duas décadas revelam essa tensão. O crítico Peter Schjeldahl, em 2004, destacou a preferência de Marian Goodman pelo termo "gallerist", associando-o a um ethos cosmopolita. Em contraste, o perfil de Larry Gagosian, publicado recentemente, critica essa escolha como uma tentativa de suavizar a natureza comercial da profissão, reafirmando sua identidade como dealer sem reservas.