Artistas indígenas expõem obras impactantes na galeria de Claudia Andujar em Inhotim

A galeria da fotógrafa Claudia Andujar em Inhotim, reconhecida por seu ativismo em prol da causa yanomami, inaugurou uma nova exposição em 26 de abril. A mostra apresenta obras de 21 artistas indígenas, incluindo Paulo Desana, e promove um diálogo entre gerações, unindo arte e ativismo.

A exposição, que ficará em cartaz por tempo indeterminado, destaca a intersecção entre as obras de Andujar e as de artistas contemporâneos. Andujar, aos 94 anos, dedicou sua vida à luta pelos direitos yanomami, sendo fundamental na demarcação de suas terras em 1992. Ela é carinhosamente chamada de "mãe" pelos yanomami, segundo Davi Kopenawa, líder político da etnia.

Os trabalhos expostos vão além da estética, servindo como ferramentas de luta. Júlia Rebouças, diretora artística de Inhotim, afirma que as obras surgem como "ferramenta de luta". Edgar Xakriabá, por exemplo, documenta a luta indígena em protestos, enquanto Paulo Desana apresenta retratos impactantes de indígenas pintados com tinta que brilha no escuro.

Artistas em Destaque

A mostra inclui artistas menos conhecidos, como David Díaz Gonzales, que retrata mulheres indígenas, e Graciela Guarani, que apresenta o cotidiano da aldeia Guarani Kaiowá. Tayná Uráz traz retratos documentais da vida na aldeia Maracanã, no Rio de Janeiro. As obras de Andujar são dispostas ao lado dessas criações, ampliando a compreensão do seu trabalho.

Rebouças destaca que "não é possível separar a arte da vida" indígena, enfatizando que "não há arte indígena sem ativismo". A exposição na galeria Claudia Andujar está aberta de quarta a sexta-feira, das 9h30 às 16h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30. Os ingressos variam de R$ 30,00 a R$ 60,00, com entrada gratuita às quartas e no último domingo do mês.