04 de mai 2025
Affonso Romano de Sant’Anna reflete sobre a poesia e a morte em entrevista marcante
Affonso Romano de Sant’Anna, ícone da poesia brasileira, reflete sobre a arte e a morte em entrevista reveladora de 2015.
O poeta Affonso Romano de Sant’Anna em sua casa, no Rio, em 2017 (Foto: Clarissa Barçante/Divulgação/ALMG)
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Affonso Romano de Sant’Anna, renomado poeta brasileiro, faleceu em março de 2023, aos 87 anos. Em uma entrevista de 2015, realizada em Paris, o poeta refletiu sobre a poesia contemporânea, sua relação com a morte e a crítica social, além de suas influências literárias.
Durante a conversa, Sant’Anna destacou a importância do rigor formal na poesia. Ele criticou a dispersão na poesia brasileira atual, afirmando que “não se sente a fúria de nosso tempo”. O poeta observou que, após a poesia marginal, a cena literária se tornou uma "geleia geral", onde muitos poemas se confundem com prosa e carecem de clareza.
Sant’Anna, que foi um dos principais nomes da poesia contemporânea, também mencionou suas influências, como Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto. Ele enfatizou que a poesia deve ser um acontecimento, e não apenas um exercício técnico. Em sua visão, cada poema deve ter uma unidade rítmica, sonora e semântica.
Reflexões sobre a Morte
O poeta abordou a morte como um tema central em sua obra, refletindo sobre a necessidade de um aprendizado sobre a finitude. Ele mencionou que a morte é um problema social e que a sociedade deve lidar com isso de forma digna. Sant’Anna citou o exemplo de Rubem Braga, que escolheu sua forma de morrer, ressaltando a importância do direito à escolha.
Além disso, ele discutiu a função da poesia, que pode ser tanto um jogo quanto um meio de expressar a realidade social. Para Sant’Anna, a poesia é um segredo que transcende o tempo e o espaço, conectando vozes de diferentes culturas e épocas.
O legado de Affonso Romano de Sant’Anna permanece vivo na literatura brasileira, refletindo sua busca por um entendimento profundo do mundo e da condição humana.
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