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Cânone literário se transforma com nova lista de livros mais inclusivos

A nova lista dos 25 melhores livros brasileiros do século 21 destaca autoras negras e grupos marginalizados, reconfigurando o cânone literário.

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A recente divulgação da lista dos 25 melhores livros brasileiros do século 21 marca uma transformação significativa no cenário literário do país. A seleção, que prioriza obras de autoras negras e de grupos historicamente marginalizados, sugere uma reconfiguração do cânone literário tradicional, que até então era dominado por homens brancos.

A jornalista e escritora Bianca Santana destaca que a inclusão de vozes diversas, especialmente de mulheres negras, representa uma resistência ao racismo e uma nova forma de expressão literária. Em sua análise, a autora ressalta que a literatura contemporânea está se expandindo para incluir narrativas que refletem a complexidade da experiência negra no Brasil.

Novas Narrativas

Obras como "Um Defeito de Cor", de Ana Maria Gonçalves, exemplificam essa mudança ao contar a história de Kehinde, uma africana escravizada, em primeira pessoa. Essa abordagem não apenas enriquece a narrativa, mas também desafia as estruturas tradicionais de autoria. Conceição Evaristo, com seus dois livros na lista, é mencionada como uma referência ao conceito de "escrevivência", que integra vivências e experiências de vida em sua escrita.

Além disso, títulos como "Torto Arado", de Itamar Vieira Junior, e "O Avesso da Pele", de Jeferson Tenório, trazem à tona temas de resistência e identidade, ampliando o escopo do romance social brasileiro. Essas obras não apenas diversificam o conteúdo literário, mas também oferecem novas perspectivas sobre a realidade social do Brasil.

Reconhecimento da Diversidade

A lista também inclui "A Queda do Céu", que insere a cosmovisão yanomami na literatura, e "O Sol na Cabeça", de Geovani Martins, que utiliza uma linguagem que reflete a vivência nas favelas. A poesia de "Um Útero É do Tamanho de um Punho", de Angélica Freitas, reinventa o lirismo ao abordar experiências femininas e LGBTQIA+.

A inclusão dessas obras representa um passo importante para a democratização da literatura brasileira. Lélia Gonzalez já alertava sobre a necessidade de espaço para todas as vozes na mesa literária. A nova lista não apenas reconhece a importância de autores consagrados, mas também abre espaço para uma multiplicidade de narrativas que refletem a rica diversidade cultural do Brasil.

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