Sebastião Salgado é homenageado em exposição póstuma na Casa Firjan em Botafogo

Sebastião Salgado, fotógrafo e ativista, faleceu aos oitenta e um anos em 23 de setembro de 2025. Sua primeira exposição póstuma, intitulada "Trabalhadores", foi inaugurada na Casa Firjan, no Rio de Janeiro, no dia 30 de setembro. A mostra, que reúne 149 imagens de diferentes tipos de trabalho manual, foi planejada antes de sua morte e é uma homenagem ao seu legado.

A curadoria da exposição é de Lélia Wanick Salgado, esposa e parceira de trabalho do fotógrafo. As imagens retratam a condição do trabalho em diversas partes do mundo, incluindo garimpeiros em Serra Pelada, pescadores na Sicília e operários na indústria têxtil de Bangladesh. Salgado, conhecido por seu olhar humanista e ambientalista, dedicou sua carreira a documentar a exploração e as dificuldades enfrentadas por trabalhadores.

Detalhes da Exposição

A exposição "Trabalhadores" é composta por 25 séries de fotos organizadas em seis núcleos. Os temas incluem trabalhadores agrícolas, pescadores, operários de fábricas e a relação entre homem e máquina. Um dos destaques é a série sobre Serra Pelada, onde Salgado capturou a realidade precária dos garimpeiros em 1986. Ele se imergiu na vida deles, enfrentando riscos para registrar a história.

Além da mostra no Rio, uma nova exposição está programada para julho de 2026 em Xangai, com imagens menos conhecidas e a exibição do documentário "O Sal da Terra", dirigido por Wim Wenders. A curadoria em Xangai será de Jean-Luc Monterosso, que já trabalhou com Salgado em exposições anteriores.

Legado e Impacto

Salgado é considerado um dos fotógrafos mais influentes do mundo, com obras que incluem "Êxodos", "Gênesis" e "Amazônia". Sua abordagem única e comprometida com a denúncia social continua a impactar o público. A exposição "Trabalhadores" não apenas revisita seu trabalho, mas também reforça a importância de reconhecer as lutas dos trabalhadores em um mundo em constante mudança.