Mafalda se despede da editora argentina após 55 anos de publicações

Mafalda, a icônica personagem criada por Quino em 1964, passará a ser publicada pela Penguin Random House a partir de julho, encerrando uma relação de 55 anos com a Ediciones de la Flor. A decisão foi tomada pelos herdeiros do autor, que confirmaram a mudança nesta segunda-feira.

A Ediciones de la Flor, que publicou Mafalda desde 1970, expressou sua tristeza pela perda. Ana María "Kuki" Miler, responsável pela editora, lamentou que, por decisão dos sobrinhos de Quino, não será mais possível cuidar da obra como antes. Miler destacou que Quino sempre priorizou a qualidade de sua obra em relação a interesses financeiros.

Mafalda, conhecida por sua crítica ao mundo e seu amor por justiça social, continua a ressoar com os leitores. O personagem, que se tornou um símbolo cultural, foi reconhecido por sua capacidade de abordar questões complexas de forma simples. O legado de Quino, que faleceu em 2020, permanece vivo através de sua criação.

Os direitos autorais foram herdados por cinco sobrinhos após a morte da sobrinha Julieta Colombo, que era a albacea da obra. A mudança para a Penguin Random House já ocorre em outros países, como Espanha e México, onde Mafalda é publicada pela editora desde a década de 1970.

A Ediciones de la Flor tentou manter os direitos de publicação na Argentina, mas não obteve sucesso. A crise do setor editorial e a valorização do dólar dificultaram a continuidade da editora no mercado. O lançamento da nova edição de Mafalda está previsto para agosto, com a expectativa de que a obra alcance novos públicos.