09 de jul 2025
Ali Chahrour critica Israel como 'máquina de matar' no festival de Avignon
Peça de Ali Chahrour expõe a exploração de empregadas domésticas no Líbano, refletindo a urgência de suas histórias em meio ao conflito.

Cena do espetáculo de dança 'Quand J'ai Vu la Mer', de Ali Chahrour (Foto: Lea Skayem/Divulgação)
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Ali Chahrour, diretor teatral libanês, apresentou sua peça "Quand J’Ai Vu La Mer" no Festival de Avignon, na França. A obra aborda a vulnerabilidade das empregadas domésticas sob o sistema de Kafala, em meio aos recentes bombardeios israelenses no Líbano.
Durante a apresentação, o público é imerso em uma atmosfera de tensão, com sons de bombas e metralhadoras, refletindo a realidade de um país em conflito. Chahrour destaca que a peça é uma resposta à limpeza étnica promovida por Israel, que, segundo ele, busca eliminar a população palestina. Ele afirma que a arte é sua forma de luta, já que não pode pegar em armas.
A Kafala, sistema que explora imigrantes, é central na narrativa da peça. As empregadas, muitas delas mulheres africanas e do sul asiático, são submetidas a condições desumanas, sem direitos trabalhistas e expostas a abusos. Com o aumento dos ataques israelenses, muitas famílias ricas deixaram o Líbano, abandonando as empregadas em situação de vulnerabilidade.
O título da peça remete a um relato de uma empregada que viu o mar pela primeira vez, após sua patroa partir para Dubai. A encenação inclui histórias reais de mulheres que enfrentaram abusos sob o sistema de Kafala. Chahrour considera essas mulheres heroínas, ressaltando a urgência de suas histórias em um contexto de guerra e opressão.
A peça, que já teve sua estreia em Beirute, continua a ganhar destaque em festivais internacionais, refletindo a realidade complexa do Líbano e a luta por direitos humanos na região.
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