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Morre Maria Teresa Horta, ícone da poesia e do feminismo português, aos 87 anos

Maria Teresa Horta faleceu aos 84 anos, em Lisboa, impactando a literatura. Reconhecida defensora dos direitos das mulheres, foi eleita pela BBC uma das 100 mulheres mais influentes. Seus livros desafiadores, como "Minha senhora de mim", foram censurados durante a ditadura salazarista. Horta e as "três Marias" lutaram contra a opressão feminina, recebendo apoio internacional. A escritora deixou um legado de coragem e inovação na poesia e no feminismo em Portugal.

A escritora portuguesa Maria Teresa Horta (Foto: Divulgação)

A escritora portuguesa Maria Teresa Horta (Foto: Divulgação)

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Morreu nesta terça-feira, 4 de fevereiro de 2025, aos 84 anos, a escritora Maria Teresa Horta, uma das figuras mais proeminentes da poesia e da militância feminista em Portugal. A editora Dom Quixote anunciou a morte da autora em Lisboa, destacando que sua partida representa uma "perda de dimensões incalculáveis para a literatura portuguesa, para a poesia, o jornalismo e o feminismo". Horta foi reconhecida como uma defensora dos direitos das mulheres e chegou a ser eleita pela BBC uma das "100 mulheres mais influentes e inspiradoras do mundo".

Nascida em 20 de maio de 1937, Horta preferia ser chamada de "poetisa", em contraste com suas colegas que optavam pelo termo "poeta". Em uma entrevista ao GLOBO em 2018, ela afirmou: "Eu não sou um. Sou uma. O feminino não diminui ninguém." Sua obra, que abrange poesia e ficção, desafiou as normas sociais e políticas de sua época, especialmente durante a ditadura salazarista em Portugal. Seu livro de 1971, "Minha senhora de mim", foi censurado pelo regime, que a perseguiu após a publicação.

Em 1972, Horta, junto com as escritoras Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, lançou "Novas cartas portuguesas", uma obra que reinterpretou a correspondência amorosa da freira Mariana Alcoforado. O livro, que abordou temas como a sexualidade feminina, gerou grande controvérsia e levou as autoras a serem processadas pela ditadura. A filósofa Simone de Beauvoir organizou manifestações em Paris em apoio a elas. Horta declarou ao GLOBO: "Não acho que eu seja uma poetisa erótica mais do que sou uma poetisa da liberdade."

Horta visitou o Brasil em duas ocasiões, a primeira em 1974, quando lançou "As novas cartas" no Rio de Janeiro. Em sua segunda visita, em 2007, foi homenageada em um congresso de professores de Literatura Portuguesa. Durante essa viagem, escreveu os "Poemas do Brasil", que foram publicados em 2009. Em 2018, participou da 16ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) de forma remota, devido a problemas de saúde. A obra de Maria Teresa Horta permanece como um legado significativo na literatura e na luta pelos direitos das mulheres.

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