04 de mar 2025
Marina Mariasch discute a importância de falar sobre o suicídio e suas consequências
Marina Mariasch, escritora argentina, explora o suicídio da mãe em "Efectos personales". O livro reflete sobre a censura a autoras femininas na Argentina atual. Mariasch critica a dificuldade de abordar o suicídio como tema literário. A autora destaca a evolução das relações amorosas entre gerações. O governo de Javier Milei é acusado de censurar vozes femininas na literatura.
Marina Mariasch, escritora, jornalista, poeta, tradutora e docente argentina posa em sua casa, em Buenos Aires. (Foto: Mariana Eliano)
Ouvir a notícia:
Marina Mariasch discute a importância de falar sobre o suicídio e suas consequências
Ouvir a notícia
Marina Mariasch discute a importância de falar sobre o suicídio e suas consequências - Marina Mariasch discute a importância de falar sobre o suicídio e suas consequências
Marina Mariasch, escritora argentina de 52 anos, cria um universo literário que mescla poesia, narrativa e ensaio, desafiando limites tradicionais. Seu mais recente livro, Efectos personales, aborda o suicídio de sua mãe, uma arquiteta que se lançou ao vazio após um desengano amoroso. Mariasch expressa sua vergonha pela escolha da mãe, considerando-a uma "morte burguesa", em contraste com a realidade de muitos de seus contemporâneos que enfrentaram a ditadura argentina.
Durante uma entrevista, Mariasch reflete sobre o impacto da experiência em sua escrita, afirmando que a dor não a inspira, mas a paralisa. Ela destaca que o linguagem poética oferece infinitas possibilidades, permitindo combinações que a prosa não permite. O título do livro remete a objetos pessoais, como uma jaqueta e um colar de contas de madeira que pertenciam à sua mãe, simbolizando a conexão emocional e a perda.
A autora reconhece que o suicídio é um tema delicado e muitas vezes considerado tabu. Ela relata que, ao propor uma coluna sobre o assunto, foi informada de que era impossível abordá-lo. Para Mariasch, discutir o suicídio é essencial para tratar de temas como amor e maternidade. Ela também reflete sobre a evolução das relações amorosas, observando que as novas gerações têm uma visão mais leve e livre do amor, em contraste com a dor vivida por sua mãe.
Mariasch, que se identifica como feminista, vê a luta por justiça social como central em sua visão. Ela critica a atual ofensiva contra a literatura feminista na Argentina, associando-a ao projeto político do governo de Javier Milei. Para ela, essa censura não é casual e reflete uma tentativa de silenciar vozes femininas e diversas, evidenciando a importância do feminismo na sociedade contemporânea.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.