Vargas Llosa leva para o túmulo o mistério do soco em García Márquez na Cidade do México

Em fevereiro de mil novecentos e setenta e seis, Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa se encontraram na estreia do filme Os Sobreviventes dos Andes na Cidade do México. O que deveria ser um reencontro amigável terminou em agressão, com Vargas Llosa desferindo um soco em García Márquez, resultando em um olho roxo e um pacto de silêncio sobre o motivo do incidente.

A relação entre os dois escritores, que se tornaram amigos próximos, deteriorou-se após o episódio. Ambos os autores, ganhadores do Prêmio Nobel, nunca mais reataram a amizade, apesar de tentativas de reconciliação, incluindo uma em dois mil e sete, quando García Márquez completou oitenta anos. A política não foi a causa do rompimento, já que ambos tinham visões opostas, mas o motivo pessoal relacionado à esposa de Vargas Llosa, Patricia, é amplamente especulado.

Vargas Llosa, conhecido por seu comportamento ciumento, teria se enfurecido com um conselho que García Márquez deu a Patricia, sugerindo que ela pedisse o divórcio. O clima de ciúmes e traição entre os envolvidos alimentou a rivalidade. Testemunhas afirmam que Vargas Llosa questionou García Márquez sobre o que ele havia feito com sua esposa antes de agredi-lo, mas a verdadeira razão nunca foi confirmada.

Com a morte de Vargas Llosa em mil novecentos e vinte e três, o mistério do soco mais famoso da literatura permanece sem resposta. García Márquez, que faleceu em dois mil e quatorze, também levou o segredo para o túmulo. O episódio continua a fascinar biógrafos e admiradores, simbolizando não apenas o fim da amizade, mas também um marco na literatura latino-americana.