09 de jun 2025

Escassez humana se torna novo símbolo de status nas redes sociais
A apresentadora virtual Marisa Maiô, criada por Raony Phillips, conquista o público com vídeos ultrarrealistas e gera debate sobre autenticidade digital.
Foto:Reprodução
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Nos últimos dias, as redes sociais foram inundadas por vídeos ultrarrealistas, destacando a apresentadora virtual Marisa Maiô, criada por Raony Phillips. Com um visual marcante de maiô preto e salto alto, Marisa conquistou milhões de visualizações e mais de 50 mil seguidores em seu programa de um minuto, que apresenta cortes de vídeo de apenas oito segundos. A popularidade da apresentadora resultou em uma parceria publicitária com o Magazine Luiza.
A maioria dos conteúdos de Marisa é gerada pela nova inteligência artificial do Google, Veo 3, que produz vídeos quase indistinguíveis da realidade. Essa ferramenta, disponível por US$ 249 mensais, permite a criação de peças curtas com áudio sincronizado, tornando difícil identificar sinais de que se trata de um conteúdo sintético. O fenômeno levanta questões sobre a autenticidade no consumo de conteúdo digital, especialmente em um país como o Brasil, onde a relação com entretenimento é marcada por ficções.
A Aceitação do Artificial
Enquanto especialistas alertam sobre os riscos das deep fakes, o público parece abraçar a transparência do artificial. Marisa Maiô representa uma evolução digital de personagens que sempre fizeram parte da cultura brasileira. A aceitação de conteúdos gerados por IA reflete uma mudança na percepção do que é entretenimento, onde a autenticidade pode ser redefinida como "honestidade sobre o processo" de criação.
Com a crescente sofisticação da IA, surge a possibilidade de um novo mercado: o da "Escassez Humana Certificada". À medida que a IA se torna mais comum, o trabalho humano pode se tornar um diferencial valioso. Marcas de luxo e produtos artesanais poderão pagar mais por campanhas que garantam um toque humano, criando um novo paradigma no setor.
O Futuro do Audiovisual
A evolução da produção audiovisual também é impactada por essa tecnologia. A pergunta que se coloca é se cineastas tradicionais conseguirão se adaptar a um cenário onde a direção pode ser feita por algoritmos. A competição por conteúdo pode levar a uma nova forma de arte, onde a transparência sobre a porcentagem de criação humana versus artificial se tornará um diferencial competitivo.
Os próximos meses serão cruciais para definir como marcas e criadores se posicionarão nesse novo cenário. A aceitação do público por conteúdos artificiais, como demonstrado por Marisa Maiô, indica que a linha entre o real e o virtual está se tornando cada vez mais tênue. A forma como a autenticidade será precificada e comunicada poderá determinar o sucesso ou fracasso de muitas iniciativas no futuro.
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