Dialeto recifense revela suas características únicas e encantadoras

Amanda Menelau, atriz e locutora, ganhou destaque nas redes sociais ao abordar de forma humorada as particularidades do dialeto recifense, especialmente durante o carnaval. Seu vídeo sobre os plurais recifenses viralizou, aumentando sua popularidade e seguidores, enquanto ela reflete sobre a preservação do sotaque e a valorização da diversidade linguística.

Durante uma conversa em pleno carnaval, Amanda, então estudante de Rádio e TV na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), explicou a um vendedor que, no Recife, o plural de "latão" é "latão", e não "latões". Essa peculiaridade do falar recifense a inspirou a gravar um vídeo, que ficou guardado até que um galã da Globo a motivou a publicá-lo. O vídeo viralizou, alcançando mais de 17 mil curtidas em poucos dias.

Um ano após a publicação, a página de Amanda no Instagram cresceu para quase 32 mil seguidores. As "aulas" sobre o modo de falar recifense geram muito mais engajamento do que suas postagens anteriores. Ela destaca que muitos pernambucanos que vivem longe a seguem para matar a saudade de casa. Além disso, um paulista a abordou para dizer que seus vídeos melhoraram seu relacionamento com a esposa recifense.

Amanda expressa preocupação com a possível perda do sotaque, especialmente ao notar que, em uma seleção de elenco, apenas cinco das cinquenta crianças avaliadas mantinham o sotaque local. Ela recebeu apoio de uma professora da UFPE, que elogiou sua abordagem simples e didática. A atriz, conhecida como Amandinha, reflete sobre a relação intensa entre a língua e os afetos.

O dialeto recifense é caracterizado por suas particularidades fonológicas e lexicais. Especialistas afirmam que existem 16 dialetos no Brasil, sendo o recifense um dos três falados em áreas metropolitanas. O chiado, presente na fala dos recifenses, é uma das características marcantes, assim como a monotongação de ditongos e a pronúncia clara de consoantes oclusivas.

A preservação do dialeto é essencial, e especialistas alertam que o ensino de apenas uma variedade linguística nas escolas pode levar ao desaparecimento de outras. Amanda Menelau, por sua vez, critica a ideia de um "sotaque neutro", que, segundo ela, é uma mistura de sotaques que não representa a diversidade linguística do Brasil.