- Tell Hicks, artista britânico, dedicou-se à pintura de répteis e anfíbios, tratando-os com observação cuidadosa e precisão, sem dramatizar os temas.
- Autodidata, percorreu Europa, Ásia e Austrália, buscando material direto da natureza e registrando animais em campo.
- Desenvolveu técnicas em tempera de ovo e, depois, em óleos de secagem rápida (alkyd), o que lhe permitia trabalhar lentamente mesmo em público.
- Foi membro fundador e, posteriormente, presidente da International Herpetological Society; seu trabalho ganhou destaque nos Estados Unidos, em displays educativos, instalações de museus e em camisetas/prints de feiras de répteis.
- Fim da vida marcada por um acidente grave que o deixou paralisado, mas ele retornou à pintura e continuou a participar de shows quando possível, descrevendo suas obras como páginas de um diário.
Tell Hicks, artista reptiliano, é o foco de uma série da seção Founder’s Briefs que analisa trajetórias e obras de natureza. O texto aborda sua importância para a herpetologia e a arte naturalista, destacando seu cuidado com a precisão.
Nascido na Inglaterra, Hicks tornou-se uma referência entre herpetólogos de ambos os lados do Atlântico. Sua produção não tratava répteis como símbolos, mas como organismos que exigem estudo paciente e detailhado. Suas pinturas mostram animais reais, sem dramatização.
O artista foi autodidata em grande parte. Desde a infância, desenhava animais, influenciado por Burian e pela tradição de naturalistas viajantes. Viajou pela Europa, Ásia e, depois, Australia, buscando material diretamente na natureza.
Ao longo da carreira, Hicks explorou várias técnicas para preservar fidelidade cromática e de textura. Iniciou com o egg tempera e migrou para óleos alkídicos de secagem rápida, o que lhe permitia trabalhar com calma mesmo em ambientes públicos.
Além da pintura, Hicks foi fundador e chegou a presidir a International Herpetological Society, contribuindo para ampliar o espaço das obras de répteis na história natural britânica. Suas peças circularam amplamente nos EUA, em displays educativos e nas feiras de répteis.
Trajetória e técnica
A produção de Hicks inclui murais, esculturas e peças que dialogam com diversas mídias. Entre as obras, destaca-se um mosaico de um Gila monster e uma escultura de cauda de cascavel, demonstrando versatilidade.
Nos últimos anos de vida, um acidente severo o deixou paralisado, mas ele retomou a pintura com métodos adaptados. Ainda assim, manteve participação em exposições quando possível, mantendo o diálogo com o público.
Para Hicks, as pinturas funcionam como páginas de um diário, ligadas a lugares e encontros. O conjunto de obras representa décadas de observação dedicada a animais pouco vistos, com uma prática que busca registrar a natureza com paciência e rigor.
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