14 de abr 2025
Cinema brasileiro enfrenta desafios históricos e novas estratégias de hegemonia cultural
Netflix se aproxima da Cinemateca Brasileira, levantando questões sobre a preservação do cinema nacional e a influência das plataformas de streaming.
Foto:Reprodução
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Paulo Emílio Salles Gomes, crítico de cinema, analisou a luta do cinema brasileiro contra a hegemonia de Hollywood desde os anos 1960. Em seu texto "O Dono do Mercado", de mil novecentos e sessenta e um, ele destacou a necessidade de entender as estruturas de poder no setor audiovisual. A expansão dos estúdios de Hollywood no Brasil, iniciada em mil novecentos e quinze, foi apoiada pelo governo americano, que forneceu informações estratégicas aos empresários.
Atualmente, a Netflix busca ocupar espaços na preservação do cinema brasileiro, levantando preocupações sobre a cooptação do setor audiovisual. A Cinemateca Brasileira, um espaço negligenciado por décadas, agora recebe apoio da plataforma, que argumenta que não depende apenas de produções originais. Entretanto, a maior parte do investimento da Netflix está em conteúdos originais, que frequentemente transformam produtoras independentes em prestadoras de serviço, sem acesso à propriedade intelectual.
A necessidade de investimentos em preservação é urgente, mas o setor audiovisual enfrenta desafios internos, com divisões entre "industrialistas" e "culturalistas". Essa fragmentação dificulta a articulação do setor, que precisa se unir para fortalecer sua posição. A falta de uma estratégia cultural robusta por parte do governo também contribui para a fragilidade do setor, que não compreende plenamente a importância do audiovisual para o desenvolvimento social e econômico do Brasil.
A aproximação da Netflix com instituições públicas pode ser vista como uma estratégia de ocupação em um momento de disputa política. A análise de Paulo Emílio sobre a mentalidade corporativa dos produtores brasileiros ainda é relevante, pois os grupos hegemônicos continuam a usar táticas semelhantes. A interconexão entre produção, distribuição e exibição de filmes precisa ser reconhecida para que o Brasil consolide sua soberania cultural.
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