Christopher Isherwood retrata a vida boêmia e a decadência de Berlim em "Adeus a Berlim"

O romance "Adeus a Berlim", de Christopher Isherwood, foi relançado pela Companhia das Letras após quarenta anos fora das prateleiras brasileiras. A obra retrata a vida em Berlim durante a República de Weimar, um período marcado pela ascensão do nazismo e um ambiente cosmopolita.

Isherwood, que viveu na cidade entre 1929 e 1933, documenta a decadência da República de Weimar. O livro é uma coleção de histórias que captura o espírito vibrante da capital alemã antes da chegada de Hitler. O protagonista, também chamado Christopher, se instala em uma pensão administrada por Frau Schroeder, onde convive com artistas e prostitutas.

Entre os personagens, destaca-se Sally Bowles, uma dançarina carismática que sonha com Hollywood, mas vive em dificuldades financeiras. A relação dela com o protagonista é efêmera, contrastando com a adaptação cinematográfica de "Cabaret", que a retrata de forma mais romântica. Isherwood narra a vida amorosa de Sally com compaixão, mostrando a fragilidade das relações em um cenário de incertezas.

Desafios e Mudanças

A trama também aborda a relação de Isherwood com Otto Nowak, um jovem operário alemão. A história revela as tensões sociais e as dificuldades enfrentadas por homossexuais na época. À medida que o nazismo avança, os amigos e conhecidos do casal começam a desaparecer ou a fugir para outros países.

Os Landauer, uma família judia rica, também enfrentam hostilidade. Isherwood descreve a crescente repressão e a necessidade de cautela em um ambiente cada vez mais perigoso. Sua prosa é direta, capturando a essência de um tempo em que a liberdade estava se esvaindo.

"Adeus a Berlim" é uma obra fundamental para entender a complexidade da vida em Berlim antes da Segunda Guerra Mundial. Com 248 páginas, a tradução de Débora Landsberg está disponível por R$ 89,90.