Moradores de Madrid processam Real Madrid por barulho excessivo de shows

Madrid enfrenta uma disputa crescente entre moradores e o Real Madrid devido ao barulho excessivo de concertos realizados no Estádio Bernabéu. Após queixas de residentes, todos os shows foram suspensos em setembro de 2024. A cantora Aitana foi a mais recente artista a mudar seu show para o Estádio Metropolitano, casa do rival Atlético Madrid.

Os moradores alegam que os níveis de ruído durante os concertos superaram 90 decibéis, afetando sua saúde com problemas como insônia e enxaquecas. O presidente da associação de moradores, Enrique Martínez de Azagra, afirmou que a situação é insustentável e que a exposição contínua ao barulho é prejudicial. Especialistas da Agência Europeia do Ambiente indicam que níveis acima de 55 decibéis são considerados nocivos.

Disputa Legal

Os moradores processaram o Real Madrid, argumentando que o barulho dos concertos é muito mais intenso do que o dos jogos de futebol. Felippo Maria Ricci, jornalista esportivo, acredita que os moradores têm um caso forte, já que a localização do estádio é central e os residentes conhecem as autoridades locais. A prefeitura de Madrid, por sua vez, hesita em intervir, pois os eventos geram receita significativa para a cidade, estimada em € 25 milhões apenas com os shows de Taylor Swift.

O Real Madrid, que investiu £ 1,1 bilhão na reforma do estádio para torná-lo multiuso, afirmou que está tentando implementar medidas de isolamento acústico. No entanto, moradores como Enrique duvidam da eficácia dessas soluções, considerando a estrutura do estádio.

Impacto na Comunidade

Os residentes não se opõem a todos os concertos, mas pedem uma redução na frequência, sugerindo que um evento anual seria aceitável. Pablo Baschwitz, advogado e morador, recorda shows de artistas renomados que ocorreram em menor escala no passado. Além disso, a comunidade enfrenta perturbações durante ensaios e testes de som, que também afetam escolas e serviços de saúde nas proximidades.

Enquanto a batalha legal continua, os moradores expressam sua insatisfação com faixas e cartazes em suas janelas, clamando por um fim aos concertos. A música parou por enquanto, mas a disputa entre os interesses comerciais do clube e o bem-estar da comunidade permanece acirrada.