"Étoile" mistura drama e crônica afetiva no universo do balé clássico em crise

“Étoile: A dança das estrelas” é a nova série do Prime Video que explora o universo do balé clássico. A produção, que estreou recentemente, apresenta uma troca temporária de bailarinos entre companhias da França e dos Estados Unidos, como uma estratégia para atrair novos espectadores.

A narrativa combina drama artístico e crônica afetiva, ambientada em locações icônicas como a Ópera Garnier em Paris e o Lincoln Center em Nova York. Esses cenários não apenas embelezam, mas também sustentam a tensão dramática da série, que reflete sobre a crise enfrentada pelo balé clássico.

Os personagens principais, Cheyenne e Tobias, interpretados por Lou de Laâge e Gideon Glick, representam estilos contrastantes. Cheyenne é uma bailarina francesa engajada em causas ambientais, enquanto Tobias é um coreógrafo americano excêntrico. Essa dualidade, no entanto, resulta em arquétipos que podem frustrar a profundidade da narrativa.

A série se destaca pela sua abordagem visual, onde os ensaios e apresentações são capturados com uma câmera que foca nos detalhes do movimento e da emoção. Apesar de alguns tropeços na construção do enredo, a paixão dos bailarinos e a beleza da dança podem conquistar o público, mesmo aqueles menos familiarizados com o balé.

“Étoile” oscila entre a ficção sofisticada e o formato de reality, criando um dilema na sua execução. A produção, que conta com atuações marcantes de Charlotte Gainsbourg e Luke Kerby, revela uma pulsação genuína em cada cena, mostrando que, mesmo em tempos difíceis, a dança mantém sua essência sagrada.