Entretenimento

13 de jun 2025

Artistas com deficiência promovem inclusão de corpos não normativos nas artes cênicas

Inclusão de artistas com deficiência ganha destaque no teatro brasileiro, com inovações como audiodescrição e experiências sensoriais.

Ahmad Odeh (Foto: Reprodução)

Ahmad Odeh (Foto: Reprodução)

Ouvir a notícia

Artistas com deficiência promovem inclusão de corpos não normativos nas artes cênicas - Artistas com deficiência promovem inclusão de corpos não normativos nas artes cênicas

0:000:00

Inclusão no Teatro Brasileiro

O livro de Lucas Almeida Pinheiro analisa 13 grupos teatrais brasileiros que promovem a inclusão de artistas com deficiência. A obra, intitulada Teatro e artistas com deficiência visual: Poéticas do acesso à cena, será lançada em 2024 pela Editora Unicamp.

Um exemplo marcante é o Teatro Cego, que oferece uma experiência sensorial única. O público é guiado até os assentos em completa escuridão, onde sons e aromas substituem a visão. O elenco, composto por atores cegos e videntes, utiliza recursos auditivos e táteis para criar uma narrativa envolvente. Pinheiro destaca que esses espetáculos não são voltados apenas para pessoas com deficiência, mas buscam ressignificar a experiência teatral.

Recursos de Acessibilidade

A audiodescrição é uma das inovações discutidas por Pinheiro. Esse recurso permite que pessoas com deficiência visual acompanhem a peça por meio de descrições sonoras. Contudo, a infraestrutura necessária para sua implementação ainda é um desafio no Brasil. Algumas companhias, como o Coletivo Grão, integram a audiodescrição diretamente na dramaturgia, permitindo que os espectadores cegos interpretem a cena sem a intervenção de uma voz externa.

A presença de artistas com deficiência no teatro não é uma novidade. Desde o século XVIII, houve tentativas de inclusão, mas foi a partir dos anos 1960 que surgiram iniciativas mais éticas e humanistas. O movimento das artes da deficiência, que ganhou força nos anos 1980, influenciou a criação de grupos no Brasil, como o Roda Viva Companhia de Dança, que promoveu a profissionalização de dançarinos com deficiência.

Desafios e Avanços

Apesar dos avanços, a formação de artistas ainda é centrada em padrões normativos. Marcia Berselli, da Universidade Federal de Santa Maria, observa que a inclusão deve ser mais presente nos cursos de artes cênicas. O pesquisador Felipe Monteiro ressalta a importância de discutir o corpo com deficiência sem estigmatização, promovendo uma arte que não se limita a narrativas de superação.

Atualmente, iniciativas como o Grupo X de Improvisação em Dança e o projeto Mapeamento Acessa Mais buscam aumentar a visibilidade de profissionais com deficiência nas artes cênicas. O relatório em desenvolvimento já reúne quase 4 mil nomes, evidenciando a produção artística, mesmo que invisibilizada.

Meu Tela
Descubra mais com asperguntas relacionadas
crie uma conta e explore as notícias de forma gratuita.acessar o meu tela

Perguntas Relacionadas

Participe da comunidadecomentando
Faça o login e comente as notícias de forma totalmente gratuita
No Portal Tela, você pode conferir comentários e opiniões de outros membros da comunidade.acessar o meu tela

Comentários

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.

Meu Tela

Priorize os conteúdos mais relevantes para você

Experimente o Meu Tela

Crie sua conta e desbloqueie uma experiência personalizada.


No Meu Tela, o conteúdo é definido de acordo com o que é mais relevante para você.

Acessar o Meu Tela