19 de jun 2025
Ghayath Almadhoun lança livro sobre genocídio e experiência de refugiado no Brasil
Ghayath Almadhoun critica a indiferença de escritores alemães e destaca a urgência da luta pela Palestina em seu novo livro.

O poeta Ghayath Almadhoun durante visita a São Paulo: 'Você não imagina o que é nascer sem ter um país' (Foto: Edilson Dantas)
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Ghayath Almadhoun, poeta palestino-sueco, lançou seu novo livro "Você deu em pagamento o meu país" na Feira do Livro de São Paulo, onde se apresenta nesta sexta-feira, às 17h45. O autor, que nasceu em um campo de refugiados na Síria, expressou sua frustração com a falta de apoio de escritores na Alemanha após o recente conflito entre Israel e Hamas.
Almadhoun, que vive em Berlim desde 2019, compartilhou sua trajetória marcada pela Nakba e pelo exílio. Seu pai, deslocado da Palestina em 1948, nunca pôde retornar. O poeta relembra a primeira visita à Palestina em 2016, onde sentiu uma mistura de alegria e tristeza. "Herdei o exílio do meu pai, sou refugiado desde que nasci," afirmou.
O novo livro reúne poemas que refletem a devastação da Palestina e da Síria, sua terra natal. Almadhoun criticou o silêncio de colegas escritores na Alemanha, especialmente após o cancelamento do lançamento de uma antologia que organizou. "Zero escritores alemães ficaram do meu lado," lamentou. Ele destacou que a literatura palestina é frequentemente forçada a abordar a ocupação, mas isso não diminui seu valor artístico.
O poeta também se posicionou sobre a situação atual em Gaza, onde mais de 55 mil pessoas já morreram. Almadhoun enfatizou que a realidade de sua família é um exemplo de genocídio. "Quando estávamos na Síria, sonhávamos em retornar à Palestina. Agora, sonhamos em retornar à Síria," disse ele, refletindo sobre a complexidade de sua identidade.
Almadhoun, que começou a escrever poesia na adolescência, continua a explorar temas de amor e desejo em meio a contextos de guerra e exílio. "A poesia sueca sobre a natureza também é política," observou, ressaltando que a arte reflete a vida de quem a cria. O livro, publicado pela Ars e Vita, tem 168 páginas e está à venda por R$ 58.
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