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01 de ago 2025

Paraty enfrenta alagamentos históricos durante a abertura da Flip 2025

Fenômeno de alagamento atinge ruas além do centro histórico na véspera da Festa Literária e levanta alertas sobre mudanças climáticas e impacto cotidiano

Cidade Paraty alagada. (Imagem: Creative Commons)

Cidade Paraty alagada. (Imagem: Creative Commons)

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Quem chegou mais cedo à Flip 2025 se deparou com uma cena digna de outro evento: ruas alagadas, turistas de caiaque e o centro histórico de Paraty parcialmente submerso. Embora a maré alta seja parte da paisagem planejada da cidade desde o século XVII, moradores afirmam que desta vez a água foi além — tanto geograficamente quanto nos debates públicos.

Na última terça-feira (29), a maioria das ruas do centro estava tomada pela água. Registros nas redes sociais mostravam pessoas navegando por ruas que, dias antes, recebiam caminhadas e bicicletas. A imagem é icônica — e repetida nos últimos dias, embora com menor intensidade. A prefeitura acompanha o fenômeno, mas admite: ainda não há explicações definitivas para o avanço das águas.

Uma “Veneza brasileira”

Paraty foi projetada pelos portugueses para ser parcialmente invadida pela maré alta. A intenção era prática: usar o fluxo natural para lavar as ruas coloniais. Mas, nas últimas décadas — e especialmente nos últimos anos — o nível da água tem ido além do previsto. Dessa vez, invadiu ruas que antes ficavam de fora do ritual.

Nos grupos de moradores, as opiniões se dividem: uns garantem que nunca viram a água chegar tão longe; outros dizem lembrar de episódios parecidos. Fato é que o assunto virou tema de estudo na prefeitura.

Subida do nível do mar reforça alerta: não é só a maré

A ciência ajuda a montar o quebra-cabeça. Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), o nível médio global do mar subiu cerca de 20 centímetros desde 1901 — e o ritmo está acelerando. Só entre 1993 e 2018, o aumento foi de 8,1 cm. Em 2023, foi registrado um novo recorde histórico, 9,4 cm acima da média de 1993.

Esses dados refletem o impacto das mudanças climáticas e do aquecimento global, que provocam o derretimento de calotas polares e a expansão térmica dos oceanos. Paraty, com seu casario à beira-mar e solo histórico, está entre as cidades que mais sentem os efeitos, ainda que seus fundadores não pudessem prever esse cenário.

Flip entre as águas

A Festa Literária de Paraty é um dos eventos culturais mais importantes do Brasil. E, nesta edição, chegou acompanhada de um cenário que mistura beleza, risco e incerteza. A água, que já foi parte do charme, agora impõe novos desafios: de infraestrutura, planejamento urbano e adaptação climática.

O alagamento recorrente levanta questões importantes: a cidade está preparada para um futuro de marés mais agressivas? A maré está mesmo mudando, ou é só mais um ciclo? E, mais urgente ainda: o que fazer quando o que era atrativo turístico começa a afetar o cotidiano de quem vive ali?

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