H&M transforma o varejo brasileiro e impacta o mercado, aponta análise do Santander

A H&M, gigante sueca de fast-fashion, confirmou a inauguração de sua primeira loja física no Brasil, marcada para 23 de agosto de 2025, no Shopping Iguatemi, em São Paulo. Simultaneamente, a marca lançará seu e-commerce, com uma estratégia de preços competitivos e aquisição de produtos localmente.

Analistas do Santander avaliam que a entrada da H&M no mercado brasileiro pode remodelar a concorrência no setor de moda, mas não deve impactar significativamente os resultados de varejistas locais no primeiro ano. As duas lojas iniciais representam menos de 0,1% da área de vendas total da Renner, por exemplo, e devem contribuir com volume insignificante em 2025.

A primeira loja ocupará 1.300 m², enquanto a segunda, prevista para o 4 de setembro no Shopping Anália Franco, terá o dobro do tamanho. Essa abordagem gradual sugere que a H&M está testando diferentes formatos antes de uma expansão mais agressiva. O preço de referência para vestidos será a partir de R$ 199,99, posicionando-se entre os concorrentes locais e internacionais.

A estratégia de preços da H&M, mais acessível que a da Zara, pode representar um desafio para redes como C&A e Renner, que operam com valores cerca de 40% inferiores. Apesar disso, analistas ressaltam que é cedo para afirmar que os preços serão tão competitivos quanto esperado. A entrada da H&M também traz uma proposta de aquisição de produtos localmente, o que pode conferir vantagens competitivas significativas.

O lançamento simultâneo da loja física e do e-commerce representa uma abordagem omnichannel desde o início, algo que pode ser crucial em um mercado onde o comércio eletrônico cresce rapidamente. A presença da H&M pode forçar os concorrentes a evoluir suas estratégias de preços e operações.

A chegada da H&M ao Brasil simboliza a maturidade do mercado de fast-fashion, mesmo em um cenário econômico desafiador. O movimento pode catalisar a entrada de outras marcas internacionais, intensificando a competição e potencialmente beneficiando o consumidor final com mais opções e preços competitivos.