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Leitores de ‘Cien años de soledad’ rejeitam adaptação da Netflix por falta de poesia

Leitores de "Cien años de soledad" formam grupo anônimo contra a série. Críticos temem que a adaptação não capture a poesia da obra original. Especialistas sugerem que diretores devem criar interpretações pessoais. A obra é considerada uma "maestra", mas não é sagrada, segundo estudiosos. A série pode falhar em transmitir humor e universalidade do texto.

Foto:Reprodução

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Um grupo de leitores críticos de Cien años de soledad decidiu não assistir à série baseada na obra de Gabriel García Márquez. Eles argumentam que essa escolha não é uma forma de protesto, mas sim uma defesa da literatura, já que conhecem as nuances do livro e acreditam que a adaptação carecerá de sua poesia essencial. Álvaro Santana Acuña, sociólogo que estudou a obra por 15 anos, afirma que a melhor adaptação é a que cada leitor imagina ao ler. Ele ressalta que, embora a obra seja uma maestra, não é perfeita.

O historiador Nicolás Pernett também defende que a obra não é sagrada, mas está profundamente enraizada na escrita. Ele argumenta que adaptar a narrativa é complicado, pois o livro discute a própria literatura e o conceito de tempo. Pernett sugere que diretores deveriam criar suas próprias versões, em vez de tentar replicar o que García Márquez fez. Juan David Torres, um leitor de Bogotá, destaca que a obra é uma conquista linguística que se revela mais tangível com as leituras, mas isso não diminui sua fascinação.

O poeta e crítico Luis Fernando Afanador recorda como a obra se tornou um fenômeno editorial em sua juventude e como a narrativa reflete a história da Colômbia de forma exagerada e real. Ele acredita que, apesar de qualquer adaptação ser possível, a poética de Cien años de soledad é o que a torna única. Os leitores temem que a série não capture o humor, o erotismo e a universalidade presentes no livro, e Acuña sugere que aqueles que não têm uma imagem mental da obra podem desfrutar mais da adaptação.

Por fim, Acuña observa que a série pode ser mais apreciada por quem leu a obra há muito tempo ou por novos leitores. Ele destaca que a literatura permite uma liberdade de interpretação que pode ser perdida em adaptações visuais. A falta de descrições físicas detalhadas dos personagens por García Márquez é vista como uma vantagem da literatura, que pode se tornar uma desvantagem na adaptação, pois cada leitor tem sua própria visão dos personagens.

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