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MPB e a crítica sutil à ditadura em 'Ainda estou aqui' com Roberto Carlos e Erasmo Carlos

A música "É preciso dar um jeito, meu amigo" é a trilha principal do filme "Ainda estou aqui". O longa, dirigido por Walter Salles, concorre a três Oscars, incluindo Melhor Filme. A obra retrata a vida da família Paiva antes do assassinato do ex deputado Rubens Paiva. O filme destaca a contracultura dos anos 1970, com referências a artistas icônicos da época. A trilha original de Warren Ellis complementa a narrativa, intensificando a atmosfera do filme.

Cena de 'Ainda estou aqui', original Globoplay de Walter Salles (Foto: Reprodução)

Cena de 'Ainda estou aqui', original Globoplay de Walter Salles (Foto: Reprodução)

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A música "É preciso dar um jeito, meu amigo", lançada em 1971 durante a ditadura militar brasileira, é a principal trilha do filme "Ainda estou aqui", que concorre a três Oscars: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz (Fernanda Torres). O longa, dirigido por Walter Salles e disponível no Globoplay, aborda a história do ex-deputado federal Rubens Paiva, assassinado no mesmo ano. A canção de Erasmo Carlos é utilizada em uma das cenas iniciais, onde a família Paiva aparece reunida, sem saber dos horrores que enfrentariam.

O editor do filme, Affonso Gonçalves, destaca que a escolha da música foi natural, já que sempre foi sua favorita. Apesar de a letra ter um tom discreto de crítica ao regime militar, Roberto Carlos, que nunca se manifestou abertamente sobre política, é visto como um artista "isentão". Essa imagem é explorada no filme, onde a voz de Roberto aparece em momentos sutis, como quando a faxineira Zezé ouve "As curvas da estrada de Santos" enquanto passa roupas, usando a música para evitar perguntas sobre a ditadura.

Além de Erasmo e Roberto, o filme conta com a participação de grandes nomes da MPB, como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa, que foram fundamentais para o movimento tropicalista. Cenas sem trilha também refletem a contracultura, como quando um militar encontra álbuns de Caetano e da banda King Crimson na casa dos Paiva, simbolizando a vigilância do regime até nos aspectos mais íntimos da família.

A trilha sonora original, composta por Warren Ellis, complementa a narrativa, enquanto músicas como "Jimmy, Renda-se" de Tom Zé e "Baby" de Caetano, eternizada na voz de Gal, trazem um ar de rebeldia juvenil. O filme, portanto, não apenas narra uma história trágica, mas também evoca a rica cultura musical e a resistência da época.

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