Carnaval traz 'Volta por cima' com bate-bolas e samba-enredo 'A vida é um ônibus'

A novela das 19h da TV Globo, “Volta por cima”, escrita por Cláudia Souto, incorpora elementos do carnaval, como uma ex-rainha de bateria, interpretada por Viviane Araújo, e a cultura do bate-bola, típica do subúrbio carioca. Com a chegada do carnaval, diferentes núcleos da trama apresentarão personagens que celebram a folia, incluindo o desfile da escola de samba fictícia Unidos de Vila Cambucá, que terá um samba-enredo próprio. No capítulo desta sexta-feira (27), a agremiação de bate-bola Dragão Suburbano se reúne para revelar suas fantasias.

Souto, que cresceu na Tijuca, destaca que o carnaval é o coração da novela, e busca apresentar o bate-bola para um público mais amplo. Ela observa que muitos espectadores confundem os bate-bolas com alas de escolas de samba, quando na verdade são grupos independentes que não desfilam na Sapucaí. Os bate-bolas, também conhecidos como clóvis, utilizam fantasias coloridas e uma bola de borracha amarrada em um bastão, e, ao contrário do que se pensa, tocam funk e não samba.

A novela também visa desmistificar a imagem de violência associada aos bate-bolas, que historicamente enfrentaram conflitos entre grupos. Recentemente, o governo do estado do Rio destinou R$ 2,5 milhões para apoiar cem projetos de bate-bola. A Vila Cambucá, cenário da trama, é inspirada em áreas como Madureira e Marechal Hermes, representando as periferias do Brasil. O cotidiano nos transportes públicos é um tema recorrente, com histórias reais da audiência sendo incorporadas à narrativa.

Além disso, a autora traz à tona a realidade do deslocamento geográfico, mostrando o tempo que os personagens levam para se locomover. A personagem Cida, motorista de ônibus, enfrenta a síndrome do pânico após um acidente, refletindo os dramas dos trabalhadores do setor. Nas redes sociais, fãs criaram uma fanfic chamada “A vida é um ônibus”, que inspirou o samba-enredo da novela. O desfile da escola será um momento marcante, destacando personagens como Roxelle e Rosana, que retorna como rainha de bateria, evidenciando a conexão da autora com o público.