Anora: um filme polêmico que divide opiniões entre genialidade e superficialidade

A recepção do filme ‘Anora’, dirigido por Sean Baker, gerou reações polarizadas, especialmente após sua consagração no Oscar com cinco estatuetas. A crítica, que se apresenta como uma espectadora comum, descreve a obra como "boba, pueril e chata", repleta de clichês e diálogos excessivamente vulgares. A narrativa, centrada em prostitutas e suas vidas, é vista como uma "sopa de estereótipos culturais", que não consegue aprofundar a complexidade das personagens.

A atriz Mikey Madison, que interpreta a protagonista Anora, é elogiada por sua performance, considerada "potente e madura", destacando-se em um filme que, segundo a crítica, falha em seu roteiro. A trama envolve um jovem russo, Ivan, e a busca de Anora por uma vida melhor, mas a crítica aponta que a execução é superficial e não consegue conectar o público com os personagens. O filme é criticado por sua abordagem ruidosa e caótica, que ofusca as nuances de personagens como Igor, um capanga que poderia ter mais profundidade.

A crítica também menciona a falta de uma crítica social eficaz, sugerindo que a tentativa de Baker de abordar a vida das profissionais do sexo se perde em clichês. A relação entre Anora e Ivan, marcada por um casamento fake em Las Vegas, é vista como uma repetição de narrativas já exploradas em outros filmes, sem trazer inovação. A busca de Anora por um anel de diamantes, que culmina em uma cena de sexo com Igor, é descrita como "sublime", mas sem impacto emocional.

Por fim, a autora questiona se ‘Anora’ teria recebido a mesma atenção se não fosse um filme norte-americano, refletindo sobre a polêmica que cercou sua premiação. A crítica expressa satisfação com o Oscar de outro filme, ‘Ainda estou aqui’, e conclui que, apesar das controvérsias, o cinema continua a ter seu valor.