John McTiernan reflete sobre sua carreira e mudanças de visão após a prisão

John McTiernan, um dos diretores mais icônicos da era de ouro do cinema de ação de Hollywood, foi homenageado recentemente em Paris pela Cinemateca Francesa e visitou a Espanha para receber um prêmio honorário no festival de cinema fantástico Sombra. Com uma carreira marcada por clássicos como Depredador (1987), Jungla de cristal (1988) e A caza do Outubro Vermelho (1990), McTiernan expressou sua gratidão pelos reconhecimentos, mas afirmou que não considera sua carreira encerrada. Ele revelou que está trabalhando em um novo projeto, embora permaneça cauteloso em compartilhar detalhes antes de iniciar as filmagens.

Durante sua visita, McTiernan participou de encontros com o público em Murcia e Madrid, onde discutiu a natureza de Jungla de cristal, abordando o debate sobre se o filme deve ser classificado como uma obra natalina. Ele explicou que escolheu ambientar a história na véspera de Natal para refletir a transformação de personagens em heróis. O diretor também comentou sobre sua experiência na prisão entre 2013 e 2014, onde, segundo ele, teve uma mudança de perspectiva e se manteve em boa forma física, descrevendo o local como um antigo campus universitário.

McTiernan criticou a atual indústria cinematográfica, afirmando que a maioria das superproduções é baseada em adaptações de quadrinhos e carece de profundidade humana. Ele destacou que as grandes corporações que controlam os estúdios priorizam o lucro em detrimento da cultura e da narrativa. O cineasta expressou preocupação com o impacto que isso pode ter nas gerações futuras, afirmando que a predominância de filmes de super-heróis transmite a mensagem de que histórias humanas não são valorizadas.

Além de sua carreira no cinema, McTiernan está trabalhando em um livro de entrevistas que realizou durante seu tempo na prisão, onde abordou questões sociais, como racismo e desigualdade. Ele compartilhou suas reflexões sobre a guerra contra as drogas nos Estados Unidos, destacando como isso afeta comunidades marginalizadas. Atualmente residindo fora dos EUA, McTiernan expressou seu descontentamento com a situação política do país, refletindo sobre sua herança familiar e a evolução da sociedade.