09 de abr 2025
Faroeste brasileiro renasce em obras que abordam masculinidade e violência contemporânea
O faroeste brasileiro se reinventa, abordando masculinidade tóxica e violência nas periferias, com obras como "Oeste outra vez" e "Jenipapo Western".
Cena de 'Oeste outra vez', filme de Erico Rassi (Foto: Divulgação)
Ouvir a notícia:
Faroeste brasileiro renasce em obras que abordam masculinidade e violência contemporânea
Ouvir a notícia
Faroeste brasileiro renasce em obras que abordam masculinidade e violência contemporânea - Faroeste brasileiro renasce em obras que abordam masculinidade e violência contemporânea
O faroeste, um gênero que moldou o imaginário americano no século XX, está passando por uma renovação no Brasil contemporâneo. O filme "Oeste outra vez", dirigido por Érico Rassi, é um exemplo dessa transformação, abordando temas como masculinidade tóxica e violência nas periferias. Ambientado em um sertão goiano, a narrativa apresenta um conflito entre os personagens de Ângelo Antonio e Babu Santana, refletindo sobre a fragilidade emocional dos homens em um contexto de rivalidade.
Rassi destaca que o faroeste é caracterizado pela ausência de lei e ordem, permitindo uma reflexão sobre a violência e a impunidade que permeiam diversas regiões do Brasil. O filme inclui elementos da música de sofrência, conectando-se com a cultura popular. A obra também critica a recente flexibilização do porte de armas no país, evidenciando o machismo que se relaciona à violência masculina.
Além de "Oeste outra vez", o gênero faroeste brasileiro se diversifica com o revival do nordestern e do western amazônico. O cangaço, representado em produções como "Bacurau" e a série "Cangaço novo", traz novas perspectivas sobre a violência e a luta por justiça social. O cineasta José Umberto Dias, por exemplo, explora a temática do cangaço em seus filmes, enquanto Thiago Morais apresenta um curta-metragem que aborda conflitos entre fazendeiros e indígenas na Amazônia.
O romance "Jenipapo Western", de Tito Leite, também atualiza o faroeste ao retratar a exploração e as injustiças enfrentadas por trabalhadores rurais no sertão cearense. Leite enfatiza que o faroeste contemporâneo deve abordar as minorias e a necropolítica, refletindo a realidade social do Brasil. O autor, que tem raízes no sertão, acredita que a ficção deve dialogar com as histórias reais de violência e conflito presentes na sociedade.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.