24 de abr 2025
Fungos inspiram trama de The Last of Us, mas não representam ameaça real aos humanos
A segunda temporada de "The Last of Us" traz à tona a realidade dos fungos, revelando que, embora infecções fúngicas em humanos existam, o controle mental como na série é ficção.
Série é protagonizada por Bella Ramsay (à esquerda) e Pedro Pascal (à direita) (Foto: HBO / Warner Media)
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A segunda temporada da série The Last of Us, da HBO, estreou em 13 de abril de 2025. A trama, baseada em um jogo de videogame, apresenta um mundo pós-apocalíptico onde um fungo transforma humanos em zumbis. O conceito é inspirado em fungos reais, como os gêneros Cordyceps e Ophiocordyceps, que afetam insetos.
Embora a série retrate um cenário de controle mental, especialistas afirmam que isso é improvável na realidade. O microbiologista Marcio Lourenço Rodrigues, da Fundação Oswaldo Cruz, explica que infecções fúngicas no sistema nervoso humano existem, mas não têm o mesmo efeito que na ficção. O médico Flávio Telles, da Sociedade Brasileira de Infectologia, complementa que fungos como os Cryptococcus podem causar doenças graves, mas apenas em indivíduos com o sistema imunológico comprometido.
A origem da ideia para a série vem de um episódio do documentário Planet Earth, narrado por David Attenborough, que mostra formigas infectadas pelo Cordyceps. O fungo controla o comportamento das formigas, levando-as a locais onde seus esporos podem se espalhar. Na ficção, o Cordyceps evolui para infectar humanos, resultando em uma pandemia devastadora.
Cientistas alertam que, apesar da ficção, o aumento das temperaturas pode favorecer o surgimento de fungos resistentes. Rodrigues destaca que, embora uma pandemia fúngica seja improvável, a resistência a medicamentos é uma preocupação crescente. A farmacêutica Kelly Ishida, da Universidade de São Paulo, ressalta a dificuldade em desenvolver tratamentos eficazes devido à semelhança dos fungos com células humanas.
Estima-se que mais de um milhão de pessoas sofram de infecções fúngicas graves anualmente, com um milhão e quinhentos mil óbitos. Apesar disso, o financiamento para pesquisas nessa área é baixo. Rodrigues afirma que a série ajuda a aumentar a conscientização sobre os riscos das infecções fúngicas, que são frequentemente negligenciadas.
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