Lilian Sais explora a perda e a fragmentação em sua nova obra 'A Cabeça Boa'

Lilian Sais, autora paulistana, lançou recentemente "A Cabeça Boa", que explora a perda e o fracasso por meio de uma narrativa fragmentada e absurda. O livro é parte de sua "tetralogia da perda", que inclui obras anteriores como "O Funeral da Baleia" e "Palavra Nenhuma". Sais se prepara para participar da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), onde sua obra tem ganhado destaque.

Em "A Cabeça Boa", Sais utiliza uma escrita em cacos para refletir um mundo em desordem. A autora menciona que a narrativa é composta por diálogos extraídos de seu WhatsApp e apresenta situações surrealistas, como uma enfermeira tentando encontrar uma veia por dezesseis vezes. O livro é narrado em segunda pessoa, criando um espaço para interpretações variadas.

A autora, semifinalista do Prêmio Oceanos e vencedora do 6º Cepe de Poesia, destaca que seu trabalho é influenciado pela perda de pessoas próximas. "Escrevo para tentar nomear certos sentimentos relacionados ao fracasso que é a nossa existência," afirma Sais. O título do livro faz referência a um valor importante que seu pai enfatizava: ter "a cabeça boa".

Sais, que possui doutorado em letras clássicas pela Universidade de São Paulo, começou a se considerar escritora após se envolver com a literatura contemporânea. Ela está desenvolvendo um novo projeto, a "trilogia da boca", que incluirá temas como a escrita como ato de ruminação e um caderno de receitas de sua mãe. A autora continua a explorar sua vida e experiências em suas obras, sempre buscando novas formas de expressão literária.