09 de mai 2025
Anime e mangá ganham destaque global, mas Japão teme perda de controle criativo
A popularidade do anime e mangá cresce globalmente, mas a exploração da propriedade intelectual gera preocupações no Japão.
Imagem do anime japonês 'One Piece', inspirado no mangá de Eiichiro Oda (Foto: Divulgação/Fuji TV)
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O anime e o mangá estão em alta, mas enfrentam desafios com a nova tecnologia. Recentemente, a OpenAI lançou um aplicativo que gera imagens no estilo Studio Ghibli, provocando debates sobre direitos autorais e a proteção da propriedade intelectual japonesa. A "Ghiblificação", como é chamada, gerou críticas sobre a exploração da arte e a falta de compensação aos criadores.
O Japão, com uma base de fãs de aproximadamente 800 milhões de pessoas, vê o anime como um vetor de soft power. Celebridades como o jogador da NFL Jamaal Williams e a rapper Megan Thee Stallion expressaram seu amor por séries como "Naruto" e "Pokémon". O mercado global de anime deve crescer de US$ 31,2 bilhões em 2023 para US$ 60,1 bilhões até 2030, segundo o banco de investimento Jefferies.
Desafios da Indústria
Apesar do crescimento, a indústria enfrenta problemas internos. A produção de anime é cara, com um episódio de 30 minutos custando cerca de R$ 796 mil. Estúdios têm sido criticados por baixos salários e condições de trabalho. A inteligência artificial, embora possa simplificar processos, é vista como uma ameaça à criatividade.
O governo japonês busca aumentar a exportação de conteúdo, com vendas externas triplicando na última década, alcançando ¥ 5,8 trilhões em 2023. O ministro de segurança econômica, Minoru Kiuchi, afirmou que o objetivo é elevar esse número para ¥ 20 trilhões até 2033. No entanto, iniciativas anteriores, como a plataforma de streaming Daisuki, falharam em rivalizar com gigantes como a Netflix.
Oportunidades e Inovações
A Blackstone, gestora de ativos, investiu US$ 1,7 bilhão em uma editora de mangá, reconhecendo o potencial do mercado digital. A empresa Amutus, resultante dessa aquisição, planeja expandir internacionalmente e aumentar a produção de novos títulos. A Crunchyroll, serviço de streaming, também está adicionando mangás ao seu catálogo.
Estúdios de anime estão mudando suas estratégias, buscando acordos diretos com plataformas de streaming para aumentar os lucros. A Toho, por exemplo, está explorando novas formas de licenciamento e merchandising. A indústria reconhece a necessidade de se adaptar para manter sua relevância no cenário global, especialmente diante da crescente concorrência de países como Coreia do Sul e China.
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