Festival de Cannes destaca filmes que denunciam violências sociais e abusos de poder

A 78ª edição do Festival de Cannes, realizada em maio de 2025, trouxe à tona questões sociais complexas, embora com um enfoque menos explícito em conflitos bélicos. Filmes como "Dossier 137" e "Sirât" abordam violências inseridas em contextos intricados.

"Dossier 137", dirigido por Dominik Moll, narra a história de Stéphanie, uma policial que investiga a má conduta de seus colegas. O enredo gira em torno de um jovem ferido durante os protestos dos coletes amarelos em Paris, onde um agente da polícia o baleou. À medida que Stéphanie avança na investigação, suas certezas sobre a integridade da polícia se desmoronam, revelando um sistema de abuso de poder e encobrimento de atos violentos.

Por outro lado, "Sirât", de Oliver Laxe, apresenta um enredo que se desenrola em um deserto africano, onde Luis busca sua filha desaparecida. O filme inicia com longos takes de festas eletrônicas, mas logo se transforma em uma narrativa que expõe as tensões territoriais da região. O deserto, inicialmente um espaço de liberdade, se torna um cenário de hostilidade, refletindo a alienação dos personagens em relação aos conflitos sociais ao seu redor.

Ambas as produções destacam a capacidade do cinema de abordar questões sociais relevantes, mesmo em um contexto menos politizado que o do ano anterior. O Festival de Cannes continua a ser um espaço para a reflexão sobre a sociedade contemporânea.