Scarlett Johansson estreia como diretora em 'Eleanor the Great' e aborda a memória do Holocausto

Scarlett Johansson estreou como diretora com o filme "Eleanor the Great", apresentado no Festival de Cannes. A obra, protagonizada por June Squibb, explora a vida de uma idosa que, após a morte de sua melhor amiga, se muda para Nova York e enfrenta mal-entendidos sobre a memória da amiga, refletindo sobre a narrativa de sobreviventes do Holocausto.

Johansson destaca que o filme é uma reflexão sobre a passagem do tempo e a importância de preservar histórias. Durante a coletiva, a diretora mencionou que todos os atores temem o desaparecimento, mas acredita que sua experiência a libertou dessa preocupação. June Squibb, aos 95 anos, comentou sobre a busca por fazer o que é certo, mesmo sem certezas.

A trama segue Eleanor, que vive na Flórida e, após a perda de sua amiga Bessie, uma sobrevivente do Holocausto, se muda para Nova York. Em sua nova vida, ela se envolve com um grupo de discussão sobre a Shoá e, obcecada pela memória de Bessie, acaba se apropriando de sua história, gerando uma série de mal-entendidos. Johansson enfatiza que as histórias precisam ser contadas para que não desapareçam.

Atores e Direção

Scarlett Johansson se inspirou em diretores renomados, como Woody Allen e Sofia Coppola, para criar um filme com características independentes. Ela expressou entusiasmo em trabalhar com Squibb, que, apesar da idade, traz uma performance poderosa. A atriz, que começou sua carreira no teatro, só ganhou destaque no cinema após os sessenta anos, participando de filmes como "Nebraska".

Erin Kellyman, que interpreta uma estudante de jornalismo, elogiou Johansson como uma diretora atenciosa. O filme, que aborda temas delicados com leveza, também traz à tona a amizade intergeracional entre Eleanor e Nina, refletindo sobre luto e perda. A dinâmica entre as personagens é central para a narrativa, que combina humor e emoção.

"Eleanor the Great" é um filme que, apesar de sua abordagem leve, toca em questões profundas sobre a memória e a importância de contar histórias, especialmente em tempos de crescente debate sobre quem tem o direito de narrar as experiências de outros.