Marie-Antoine Carême é retratado como o rebelde da culinária em nova série da Apple TV+

A série sobre Carême

A série "Carême – O Rebelde da Culinária", disponível na Apple TV+, retrata a vida de Marie-Antoine Carême, um ícone da gastronomia do século 19. A produção explora sua ascensão à fama, suas inovações na confeitaria e um enredo de espionagem política.

Carême, conhecido como o "rei dos cozinheiros e cozinheiro dos reis", começou sua trajetória na cozinha de uma taberna em Paris após ser abandonado pelo pai aos 11 anos. Aos 17 anos, destacou-se como doceiro em uma renomada confeitaria do Palais Royal, criando impressionantes "pièces montées", que eram centros de mesa decorativos feitos com açúcar e marzipã.

Inovações e influências

O chef considerava a arquitetura a "primeira entre as artes" e a confeitaria seu principal ramo. Inspirado por projetos arquitetônicos clássicos, Carême elaborou peças comestíveis em formatos de templos e pirâmides, transformando bufês em verdadeiros palcos. Sua habilidade chamou a atenção de Charles Talleyrand, Ministro das Relações Exteriores de Napoleão, que reconhecia o potencial diplomático de uma refeição bem preparada.

Carême alcançou notoriedade ao cozinhar para figuras como o czar russo Alexandre I e o príncipe regente do Reino Unido George IV. Ele também foi responsável pelo bolo do segundo casamento de Napoleão Bonaparte. A série, baseada no livro "Carême, Cozinheiro dos Reis" de Ian Kelly, apresenta a trajetória do chef em oito episódios.

Espionagem e drama

A narrativa inclui elementos de espionagem, chantagens e intrigas palacianas, com Carême frequentemente no centro das tramas. Ian Kelly menciona rumores sobre Carême ser um espião, mas ressalta a falta de provas concretas. A historiadora Joana Monteleone observa que cozinheiros frequentemente atuavam como espiões nas cortes do século 19, devido à sua posição privilegiada.

A série, dirigida por Martin Bourboulon, utiliza uma estética moderna e estilizada, com close-ups luxuosos das criações de Carême. O protagonista, interpretado por Benjamin Voisin, é apresentado com um visual rebelde, atraindo o público jovem. O co-criador Davide Serino destaca que a série busca uma "verdade emocional mais profunda", mesmo que isso signifique sacrificar a precisão histórica.