18 de jan 2025
Ricardo Terto resgata a infância na periferia de São Paulo em ‘Brincadeira sem futuro’
O novo livro de Ricardo Terto, "Brincadeira sem futuro", revisita sua infância. Terto aborda desigualdade social e criatividade em meio a dificuldades familiares. O autor utiliza linguagem simples para documentar a vida nas classes menos favorecidas. Crônicas revelam a realidade da periferia, desafiando estereótipos da classe média. Terto ressignifica experiências, mostrando como a infância molda a criatividade.
Ricardo Terto e a capa de seu 'Brincadeia sem futuro' (Foto: Divulgação)
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O quarto livro do paulistano Ricardo Terto, intitulado “Brincadeira sem futuro”, traz uma narrativa que remete à infância nos anos 1990, marcada por futebol de botão e a criatividade necessária para enfrentar as dificuldades da vida na periferia de São Paulo. A expressão que dá nome à obra, criada pelo pai do protagonista, sugere que o lúdico é visto como uma perda de tempo, mas Terto transforma essa visão ao mostrar como a imaginação se torna uma ferramenta de sobrevivência em um cotidiano árido.
As crônicas revelam a dinâmica familiar, com uma mãe sobrecarregada e um pai frustrado, além de abordar questões como o alcoolismo que afeta o ambiente familiar. Em uma das histórias, o garoto precisa se desfazer de seus brinquedos, mas a imaginação permanece, destacando a capacidade de criar a partir do pouco que se tem. Terto também introduz o verbo “belichar”, que descreve a arte de maximizar o uso do espaço, refletindo a realidade de quem vive em condições limitadas.
O autor utiliza a crônica para documentar a realidade brasileira, distantes dos estereótipos da classe média. Ele apresenta uma visão íntima e familiar da desigualdade social, ressignificando expressões simples e traçando perfis que revelam as aspirações e desafios enfrentados por aqueles que cresceram em contextos de vulnerabilidade. A linguagem prosaica e direta de Terto permite que as histórias sejam acessíveis, sem excessos ou militância.
Na última crônica, Terto aborda o desamparo e o desemprego, refletindo sobre como as preocupações artísticas se tornam privilégios de uma classe. Ele enfatiza que, com o tempo, as pessoas esquecem que ninguém nasce desempregado, ressaltando a luta constante por reconhecimento e oportunidades. A obra de Terto é um testemunho da criatividade e resiliência que emergem em meio às adversidades da vida.
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