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Gorilas de saco ressurgem no carnaval carioca e conquistam nova geração de foliões

Os gorilas do saco, variação dos bate bolas, eram populares no carnaval carioca. O grupo Gurilouko, criado em 2023, revitaliza a tradição com 80 mil seguidores. Fantasias são feitas com 17 a 20 mil sacolas plásticas, criando efeito volumoso. Luzé Gonçalves destaca a resistência cultural dos gorilas, marginalizados historicamente. Gurilouko promove apresentações, como no MAC SP, desmistificando estigmas da fantasia.

Os gorilas de sacola da Tropa do Gurilouko, de Campo Grande, Zona Oeste do Rio (Foto: Tropa do Gurilouko/ Arquivo pessoal)

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Os Gorilas de saco são uma variação dos bate-bolas, caracterizados por "pelo" feito de tiras de sacolas plásticas e máscaras assustadoras. Durante o carnaval, esses personagens surgiam à noite nas favelas do Rio de Janeiro, amedrontando crianças e imitando a energia selvagem dos gorilas. Embora a tradição tenha sido forte nas zonas Norte e Oeste, foi se apagando ao longo dos anos. Atualmente, pequenos grupos estão reavivando essa cultura, desfilando em bairros como Campo Grande, Penha e Padre Miguel, e atraindo a atenção de jovens que se fantasiam e compartilham a tradição nas redes sociais.

O grupo Gurilouko, criado em 2023, tem se destacado nesse revival, conquistando uma nova geração de foliões com mais de 80 mil seguidores no Instagram. Organizando encontros e caminhadas, o coletivo resgata o encanto dos antigos Gorilas de saco, levando suas performances às ruas. Em janeiro, a Tropa do Gurilouko se apresentou no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo (MAC), durante o 38º Panorama de Arte Brasileira. Rafael Menezes, um dos fundadores, explica que cada fantasia requer entre 17 mil e 20 mil sacolas plásticas, que são transformadas em trajes volumosos por meio de um processo de confecção cuidadoso.

A artista e dramaturga Luzé Gonçalves aponta que os Gorilas de saco enfrentaram um estigma devido ao seu histórico de violência, sendo frequentemente mal vistos pela sociedade. Para ela, esses personagens representam a resistência cultural dos marginalizados, que não tinham recursos para criar fantasias mais elaboradas como os Clóvis, que se tornaram o símbolo do carnaval carioca. Em seu curta-metragem "Mandinga de Gorila", Luzé destaca que os gorilas surgiram como uma alternativa acessível para aqueles que desejavam participar do carnaval, mas não podiam investir em fantasias caras.

Hoje, os Gorilas de saco estão ressurgindo através de grupos como o Gurilouko, que buscam revitalizar a tradição de forma pacífica e inclusiva. Luzé defende que a dignidade histórica do Gorila de saco deve ser preservada e que seu renascimento ajuda a desmistificar os preconceitos que cercam essa fantasia. Rafael Menezes complementa: “Sabemos que há diferença entre o Clóvis e o Gorila, mas ambos têm seu espaço no carnaval. Afinal, somos todos apenas crianças atrás das máscaras.”

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