Vinil de artistas da periferia conquista espaço e público em São Paulo

O trombonista, cantor e compositor Josiel Konrad, de 38 anos, estava finalizando seu álbum “Boca no Trombone”, que mistura jazz e funk, quando recebeu o convite para lançá-lo em formato vinil. Inicialmente surpreso, ele aceitou o projeto, que resultou em 300 cópias numeradas de 180 gramas, esgotadas rapidamente. O lançamento, ocorrido em agosto, impulsionou suas apresentações, incluindo um show esgotado no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, e uma próxima performance no Dolores Club, no Rio de Janeiro, no dia 24.

O convite para o vinil partiu do selo Made in Quebrada Discos, que colabora com outros selos para viabilizar lançamentos de artistas independentes, especialmente de periferias. Edvaldo Mariano, de 44 anos, fundador do selo, destaca a importância de dar voz a artistas que não têm acesso à mídia física. Desde 2021, o selo já lançou cerca de 30 vinis, incluindo reedições de artistas renomados, e busca constantemente novos talentos.

A loja da Made in Quebrada, localizada na Galeria Nova Barão, em São Paulo, é um ponto de encontro para colecionadores, oferecendo uma vasta seleção de discos. Marisa Reginatto, esposa de Edvaldo, menciona que o selo tem um foco especial em jazz e rap, com novos projetos em andamento, incluindo lançamentos de grupos de Ceilândia e artistas de música eletrônica da Bahia. A loja também promove eventos de audição, atraindo novos visitantes e fomentando o interesse pelo vinil.

A SP Vinil, outra loja na Galeria, complementa a oferta com um setor promocional, permitindo que novos colecionadores adquiram discos a preços acessíveis. Vicente Melone Neto, de 42 anos, ressalta a importância da inclusão no mercado de vinil, permitindo que todos tenham acesso a uma variedade de gêneros musicais, desde samba até coletâneas de novelas. Essa abordagem reflete um movimento crescente de valorização do vinil no Brasil, ampliando seu alcance a diferentes públicos.