The Jesus and Mary Chain: a trajetória de uma banda que nunca alcançou o trono do rock

A trajetória da banda The Jesus and Mary Chain, formada em 1983 pelos irmãos William e Jim Reid, é marcada por momentos de quase sucesso que nunca se concretizaram. Apesar de terem alcançado notoriedade em diversas ocasiões, a banda não conseguiu se estabelecer como a principal do pós-punk nos anos oitenta ou do rock alternativo nos anos noventa. Incomprendidos, uma história oral conduzida pelo jornalista Ben Thompson, revela detalhes da infância dos irmãos em uma família de classe trabalhadora em East Kilbride e suas reflexões sobre o que poderia ter sido.

Jim Reid, em entrevista, destaca que a banda vive um momento positivo atualmente, onde as decisões são tomadas por vontade própria, ao contrário do passado, quando as turnês eram uma obrigação. Ele menciona que, durante os anos de sucesso, as apresentações eram frequentemente interrompidas por brigas, tanto entre o público quanto entre os membros da banda. “Não somos violentos”, afirma Jim, explicando que a intensidade da música gerava uma expectativa de confrontos.

O clímax da tensão entre os irmãos ocorreu em 1998, quando William atacou Jim durante um show em Los Angeles, resultando em uma separação de nove anos. Jim reflete sobre a devastação da ruptura e como as drogas e o álcool foram parte de sua vida durante aquele período. Nos anos noventa, enquanto o rock alternativo e o britpop ganhavam força, a banda lançou álbuns que não se encaixavam nas tendências da época, o que gerou comparações indesejadas com bandas como Oasis.

O reencontro da banda em 2007, após a inclusão de “Just Like Honey” na trilha sonora de Lost in Translation, marcou uma nova fase. Jim relembra que, apesar de muitos jovens conhecerem apenas essa canção, o retorno aos palcos foi crucial para a banda. “Para nós, foi vital. Aqui estamos”, conclui Reid, ressaltando a importância de seu primeiro show, que teve apenas seis espectadores, como um momento inesquecível.