26 de mai 2025
Daniela Mercury destaca a força do axé e o papel da mulher na música no Power Trip Summit
Daniela Mercury inspira no Power Trip Summit, abordando sua trajetória e a luta pela valorização do axé e da cultura baiana.
Daniela Mercury no Power Trip Summit 2025. (Foto: Paula Fróes)
Ouvir a notícia:
Daniela Mercury destaca a força do axé e o papel da mulher na música no Power Trip Summit
Ouvir a notícia
Daniela Mercury destaca a força do axé e o papel da mulher na música no Power Trip Summit - Daniela Mercury destaca a força do axé e o papel da mulher na música no Power Trip Summit
Na 11ª edição do Power Trip Summit, evento promovido pela revista Marie Claire, a cantora Daniela Mercury abriu a programação com uma palestra impactante. A conversa, conduzida por Maria Rita Alonso, diretora de redação da revista, abordou a trajetória de quarenta anos da artista na música e os desafios enfrentados como mulher em um país desigual.
Daniela destacou a importância do axé e sua luta por autonomia artística. Ela refletiu sobre sua experiência como mãe e artista, questionando: “Se a gente tivesse o mesmo poder que os homens sempre tiveram, o que a gente teria feito pelo mundo?”. Sua carreira musical começou de forma inesperada, quando, aos vinte anos, foi convidada a cantar em um bar.
A artista relembrou momentos decisivos, como a escolha pela autonomia. Em vez de seguir os caminhos tradicionais das gravadoras, decidiu romper contratos que a limitavam. “Eu já era compositora... então disse: ‘Vou fazer uma banda’”, afirmou. Com a gravadora Eldorado, conseguiu gravar a canção “Pega Que Oh” e conquistar espaço no cenário musical.
Reconhecimento Cultural
Durante a palestra, Daniela também abordou a questão do reconhecimento do axé fora da Bahia. Ela criticou a forma como a música baiana é rotulada como “regional”, enquanto outros estilos são considerados “música popular brasileira”. “Eu não sou regional, não — sou internacional, sempre fui”, enfatizou.
A artista reafirmou seu compromisso com a cultura popular brasileira, mencionando influências de grandes nomes como Dorival Caymmi e o movimento do tropicalismo. “Meu axé são muitos axés”, declarou, ressaltando a importância de fazer uma arte que dê voz ao seu povo.
Desafios e Resistência
Daniela também compartilhou os desafios enfrentados como mulher no início da carreira. “Quando começamos, todos desconfiam da gente... e para mulher é mais difícil ainda”, disse. Ela destacou que sempre se orgulhou de sua independência, afirmando: “Nunca fui comandada por ninguém”.
A música, para Daniela, é uma ferramenta de resistência e afirmação. Aos sessenta anos, continua se reinventando e mantendo seus princípios. “O difícil é a gente começar a vida cheia de desejos e sonhos... e como sobrevivemos ao longo da vida sem perder as purezas”, concluiu.
O Power Trip Summit reúne líderes femininas de diversas áreas, como cultura, política e tecnologia, e é patrocinado por empresas como MSD, Boticário e Banco do Brasil. O tema deste ano é Intelligence: Influência | Inovação | Identidade, refletindo as discussões atuais sobre liderança feminina.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.