Alfred Brendel, ícone do piano clássico, falece aos 94 anos de idade

Alfred Brendel, renomado pianista clássico, faleceu nesta terça-feira, aos 94 anos, em sua residência em Londres. A notícia foi divulgada pela família do artista, que deixou um legado significativo na música clássica, incluindo gravações de todas as sonatas de Beethoven.

Brendel destacou-se por sua abordagem analítica e por sua interpretação de compositores como Schubert e Liszt. Sua trajetória na música foi marcada por um crescimento gradual, saindo da obscuridade para se tornar uma figura respeitada internacionalmente, apesar de críticas adversas. Ele não era um prodígio, mas um trabalhador dedicado que aprendeu principalmente de forma autodidata.

O pianista nasceu em 5 de janeiro de 1931, na Morávia, atual República Tcheca. Desde cedo, começou a estudar piano e, após participar de competições, decidiu se dedicar à carreira musical. Seu primeiro grande reconhecimento veio com um concerto no Queen Elizabeth Hall, em Londres, no final da década de 1960, que impulsionou sua carreira.

Legado Musical

Brendel gravou todas as sonatas de Beethoven três vezes e teve um papel crucial na valorização da música de Schubert e Liszt. Ele era conhecido por sua capacidade de fazer com que obras clássicas soassem novas, respeitando as intenções dos compositores. Sua abordagem atraiu intelectuais e críticos, como Susan Sontag, que elogiou sua influência na forma como ouvimos repertórios clássicos.

O pianista também se destacou por sua habilidade em escrever sobre música, contribuindo para a teoria e prática musical. Embora tenha enfrentado críticas, especialmente nos Estados Unidos, sua popularidade cresceu ao longo dos anos, permitindo-lhe escolher livremente suas apresentações e gravações.

Brendel deixa uma família composta por sua companheira, Maria Majno, e quatro filhos, além de netos. Ele se despediu dos palcos em 2008, afirmando que sentia que era o momento certo para encerrar sua carreira.