19 de jun 2025

O Globo
Fonte
Entretenimento

A maior mentira da música popular brasileira é desmascarada

A passeata de 1967, vista como um protesto, foi na verdade uma ação de marketing da TV Record para promover um programa de MPB.

Jair Rodrigues, Elis Regina, Gilberto Gil e Edu Lobo em 17 de julho de 1967, em São Paulo, no evento organizado para promover o programa 'Frente Única da Música Popular Brasileira' e acabou ficando conhecido como Passeata Contra a Guitarra Elétrica (Foto: Reprodução)

Jair Rodrigues, Elis Regina, Gilberto Gil e Edu Lobo em 17 de julho de 1967, em São Paulo, no evento organizado para promover o programa 'Frente Única da Música Popular Brasileira' e acabou ficando conhecido como Passeata Contra a Guitarra Elétrica (Foto: Reprodução)

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A Passeata Contra a Guitarra Elétrica, um marco da MPB, foi recentemente desmistificada. A marcha, ocorrida em 1967, que supostamente simbolizava um protesto contra a influência da música americana, revelou-se uma estratégia de marketing da TV Record.

Artistas renomados se reuniram no Largo São Francisco em São Paulo, não para protestar, mas para promover o programa "Frente Única da Música Popular Brasileira". A ideia era criar a ilusão de um ato espontâneo, enquanto a emissora buscava reverter a queda de audiência de seus programas de MPB, que vinha ocorrendo desde a estreia do Programa Jovem Guarda, em 1965.

A passeata, marcada para o dia 17 de julho de 1967, foi cuidadosamente planejada. Os artistas levantaram faixas com o nome do programa e marcharam pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio até o Teatro Paramount, onde o especial seria gravado. A ausência de qualquer menção à TV Record nas faixas fez parecer que a manifestação era um ato de apoio popular à MPB.

Chico Buarque e Wilson Simonal, que chegavam em um carro da Record, foram forçados a se retirar devido à agitação dos fãs. A gravação do programa contou com a participação de grandes nomes da música brasileira, como Elis Regina, Gilberto Gil e Nara Leão. Ao final, todos entoaram uma canção que exaltava a pátria, em um clima de celebração.

A narrativa da passeata como um protesto contra a guitarra elétrica, que se perpetuou ao longo dos anos, agora é questionada. A verdadeira razão da marcha era a promoção de um programa de televisão, e não um ato de resistência cultural. A história, que muitos acreditavam ser verdadeira, revela-se uma construção de marketing da época.

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