30 de jun 2025

CEO de tecnologia investe R$ 2 bi para reger orquestra por uma noite
Músicos da Orquestra Sinfônica de Toronto debatem experiência de maestro não formal em concerto de Mahler, gerando divisões internas.

Mandle Cheung rege a orquestra Mandle Filarmônica (Foto: Reprodução/YouTube)
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Os músicos da Orquestra Sinfônica de Toronto se reuniram no Roy Thomson Hall na quarta-feira, 25, para a apresentação da sinfonia "Ressurreição", de Gustav Mahler. O maestro da noite, Mandle Cheung, um executivo de tecnologia de 78 anos, pagou quase US$ 400 mil para reger a orquestra, gerando polêmica entre os músicos.
Cheung, que não possui formação musical formal, sempre sonhou em liderar uma orquestra. Ele afirmou que a experiência de ver um maestro em ação o inspirou a tentar. "Por que eu não posso fazer isso também?", questionou. Apesar de sua paixão, alguns músicos expressaram descontentamento com a escolha do repertório e a falta de experiência de Cheung.
A Orquestra Sinfônica de Toronto, com 102 anos de história, enfrenta dificuldades financeiras, dependendo de filantropia e subsídios para cobrir seu orçamento anual de aproximadamente US$ 24 milhões. O CEO da orquestra, Mark Williams, defendeu a decisão de aceitar Cheung, afirmando que o concerto fazia parte de uma estratégia para diversificar as receitas. O evento não estava incluído no programa anual de assinaturas.
Divisão entre os Músicos
Os membros da orquestra estavam divididos sobre a participação de Cheung. Enquanto alguns reconheceram seu apoio à cultura, outros, como a violinista Bridget Hunt, relataram dificuldades em seguir suas direções durante a apresentação. "É desafiador quando você tem alguém no pódio que não tem a experiência", disse Hunt.
A violoncelista Lucia Ticho também expressou preocupações sobre a falta de envolvimento dos músicos nas decisões que levaram à contratação de Cheung. "Se estivéssemos envolvidos, nunca teríamos concordado com o Mahler", comentou. Cheung, por sua vez, reconheceu a dedicação dos músicos e a complexidade da obra.
Preparação e Expectativas
Cheung passou meses se preparando para o concerto, realizando ensaios com sua própria orquestra, a Mandle Philharmonic. Em seu primeiro ensaio com a Sinfônica de Toronto, ele buscou ganhar a confiança dos músicos. Após a apresentação, que contou com o Coro Amadeus, Cheung e a orquestra foram aplaudidos de pé.
Ele expressou gratidão pela oportunidade e mencionou que essa experiência poderia abrir portas para futuras colaborações com orquestras nos Estados Unidos e na Europa. Cheung cobriu todos os custos do concerto, incluindo taxas da orquestra e aluguel do espaço.
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