Fórmula 1 utiliza bilhões de dados para otimizar desempenho nas corridas

A Fórmula 1 está passando por uma transformação digital significativa com a implementação de inteligência artificial no ETC (Centro Técnico do Evento). Este espaço, que opera em cada Grande Prêmio, processa bilhões de dados em tempo real, influenciando estratégias e regulamentações, além de atrair novos fãs.

Durante a visita ao ETC em Ímola, na Itália, foi possível observar a complexidade do ambiente, onde sinais de câmeras e dados dos carros são capturados e analisados. O centro é responsável pela transmissão ao vivo das corridas e pela coleta de informações cruciais, como comunicações por rádio e dados de sensores. David King, diretor de tecnologia digital da F1, destaca que os dados são fundamentais para a narrativa do esporte e para engajar o público.

Para atender a uma nova geração de fãs, a F1 tem investido em formatos digitais, como clipes para redes sociais e análises em tempo real. O recurso F1 Insights transforma dados em gráficos que mostram previsões de pit stops e comparações de desempenho entre pilotos. Além disso, a ferramenta "Time Lost" analisa erros dos pilotos e o tempo perdido em cada volta.

Avanços Tecnológicos

A digitalização na F1 não se limita às transmissões. As equipes utilizam inteligência artificial para analisar dados em larga escala, com cada carro gerando cerca de 1,1 milhão de pontos de dados por segundo. Desde 2018, a F1 transferiu sua infraestrutura de dados para a nuvem, permitindo simulações mais rápidas e eficientes.

A engenheira Ruth Buscombe, ex-membro de equipes como Ferrari e Haas, ressalta que a automação de processos, como a transcrição de mensagens de rádio, tem otimizado a análise de dados. As equipes agora podem identificar padrões de comunicação entre engenheiros e pilotos rivais, aumentando a competitividade.

Impacto no Regulamento

O uso intensivo de dados também tem influenciado mudanças nas regras da F1. Em 2022, um novo design aerodinâmico foi introduzido, baseado em simulações que mostraram que o modelo anterior dificultava ultrapassagens. Essa abordagem orientada por dados é única na F1, que gera mais informações em segundos do que outras ligas esportivas em um jogo inteiro.

A diretora global de esportes da AWS, Julie Souza, destaca que a F1 lida com um volume de dados sem precedentes, superando outras modalidades esportivas. Apesar da tecnologia avançada, Ruth Buscombe enfatiza que a essência do esporte permanece humana, combinando a experiência dos pilotos com a análise de dados.